Por Wagner Rafaell Peixoto Filiado ao DEM e Professor do IFPE-Pesqueira Quando comecei a me entender por gente, passei a acompanhar também a política.

E a cada eleição, a força do PT aumentava.

Mesmo perdendo as eleições presidências em 94 e 98 para FHC, o único presidente eleito democraticamente em PRIMEIRO TURNO, o PT cada vez atingia uma fatia maior do eleitorado e mostrava o pragmatismo do gramscismo político a que havia sido submetido.

Em 2004, fui ser aluno de universidade federal, em um curso onde 90% dos alunos e 95% dos docentes se autodefiniam socialistas, embora muitos deles arrotassem caviar.

Não ser eleitor do PT e sim do PFL, sendo nordestino e estudante da UFPE era uma verdadeira heresia, que devia ser combatida em frentes amplas.

Em 4 anos de curso, fui vendo muitos dos que eram do PT saírem do partido, sobretudo aqueles que o haviam ajudado a fundar.

E eu, ficando onde sempre estive.

Pouco a pouco, fui vendo o próprio PT sair da linha política pregada até então e passar a ser cada vez mais capitalista, cada vez mais keynesianistas.

Reelegeu o Lula, elegeu prefeito do Recife.

E eu nunca me rendi a ele.

Chegamos em 2010, e o PT teve, para presidente, aqui em Pernambuco, mais de 75% dos votos.

E eu, hoje professor da rede federal, continuo ladeado por sindicalistas, docentes e alunos que seguem com a definição de socialistas.

O fuzil esteve todo o tempo apontado para minha cabeça: VOTE NO PT, RAPAZ.

VOCÊ É NORDESTINO E PROFESSOR FEDERAL.

Mas o que eu continuo vendo é um partido de fundo moral falso.

Nega tudo que foi construído antes dele, mesmo aquilo ao que ele próprio deu sequência, como a política econômica e os programas sociais (aqueles mesmo que antes chamavam de ASSISTENCIALISTAS E ELEITOREIROS e que agora viraram DESTRIBUIÇÃO DE RENDA).

Sigo enxergando um partido que prega o socialismo, mas cujos líderes cada vez mais engordam suas contas bancárias, praticam o lobby e enxovalham o sentido da palavra ÉTICA.

Ainda não consigo deixar de ver, no PT, o partido que pregava MORATÓRIA, e para crescer como oposição, votou contra o Plano Real, Lei de Responsabilidade Fiscal e outras coisas.

Não esqueço quem tentou criar conselho de jornalistas e pensou em inventar a re-reeleição.

Não sai da memória quem esculhambava Collor, Inocêncio, Renan, Jader, Maluf e hoje anda de mãos dadas com eles, elogiando-os e defendedo-os.

Não.

Não esquecerei quem colocou no centro do poder Zé Dirceu, Delúbio, Genuíno.

Não esquecerei quem dançou com a absolvição de mensaleiros, e quem tentou distribuir seringas para usuários de drogas.

Espero nunca esquecer.

Enquanto eu lembrar tudo isso, a resposta à pergunta do título é: JAMAIS