Caro Jamildo Não deixa de ser curioso que em 121 anos de regime republicano os dois presidentes que provocaram / iniciaram rupturas no país (Getúlio Vargas, de caráter político e econômico, e Lula, de caráter social e econômico), tenham sido líderes originários de outras regiões.
Getúlio Vargas saiu de suas estâncias riograndenses para “enquadrar” as classes industrial e cafeicultura da dobradinha Minas / São Paulo.
Lula atravessou o Brasil e, aportando em São Paulo, saiu do ABC para " enquadrar" a classe industrai/financeira do Brasil.
Em ambos os casos, dobraram-se diante do poder dessas classes, apesar de trem distribuídos tantos afagos em suas longas carreiras políticas.
Vargas, matou-se no Catete.
Lula, a depender da gestão Dilma, será ou não colocado no ostracismo.
E vai depender de muitas outras variáveis sociais, políticas e econômicas o lulismo se impor numa eleição pós-Dilma.
Disso tudo, ficam dois fatos, a) no Brasil, a classe empresarial (financeira e industrial), sempre recebe mais do Estado, seja quem for o protagonista político da ruptura dentro da ordem política burguesa; e b) os políticos que conseguiram em certo momento enquadrá-la, mas governaram sem romper com essa mesma classe, sempre foram engolidos e devidamente desprezados, diluído o seu capital político.
Por fim, um detalhe: à excessão de Lula e Vargas, nestes 121 anos todos os outros presidentes foram apenas coadjuvantes, meros títeres das classes que representavam.
Roberto Numeriano é membro do Comitê Central do PCB e da direção do PCB / PE.