Por Marcia Bastos Balazeiro Estamos vivenciando uma semana decisiva em relação ao futuro político do Brasil.

No domingo, dia 31 de outubro, o país elegerá seu novo presidente da República.

Até lá, ainda haverá muita campanha eleitoral, propaganda política, comícios, caminhadas e debates.

Para acirrar ainda mais os ânimos, ainda nesta semana, Erecine Guerra, ex- Ministra da Casa Civil, deverá depor na Polícia Federal acerca das acusações de improbidade administrativa e negociatas escusas que empregavam seus familiares.

Também no mesmo período, os institutos de pesquisa, mostrarão se a religiosidade, o aborto, as privatizações, os escândalos da Casa Civil, de quebra de sigilo fiscal, de montagem de dossiês contra familiares do candidato tucano José Serra e de possíveis irregularidades em doações para campanhas eleitorais produzirão efeito junto aos eleitores.

Até que ponto a militância eleitoral do Presidente Lula em benefício da candidata Dilma Rousseff e a nova onda de revelações de improbidade, nepotismo e corrupção envolvendo aliados dos dois candidatos, Dilma e Serra, irão influenciar o comportamento dos eleitores?

Certamente, o país ficará atento aos novos números dos institutos de pesquisa, embora sua credibilidade, recentemente, esteja sendo alvo de críticas severas, em face dos erros crassos apresentados no primeiro turno de votação. É preciso saber diferenciar os projetos políticos e programas de governo de ambos os candidatos e realizar uma atividade de sopesamento dos prós e contras de cada um deles, para então, decidir em quem votar.

Para isso, urge que se faça uma análise das conquistas sociais do Brasil nos últimos anos, sem apreciações reducionistas e exclusivistas, destinadas apenas a atribuir os eventuais avanços alcançados a um ou a outro candidato ou seu aliado político.

De outro lado, necessário se faz enxergar com olhar crítico cada uma das denúncias que se apresentam, distinguindo as que revelam indícios veementes da prática ilícita das que são produzidas como artifício eleitoral.

Lamentavelmente, é chegada a reta final das eleições, tendo os brasileiro a sensação de que o debate aprofundado de idéias que justificou a opção pelo segundo turno das eleições, efetivamente, não ocorreu.

Será uma semana difícil e de decisão…

Marcia Balazeiro é Promotora de Justiça, Especialista e Mestranda em Ciências-Jurídicas pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL)