Por Malu Delgado, no Estadão.com.br O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, afirmou que quer ouvir as declarações do secretário nacional de Justiça, Pedro Abramovay, sobre o episódio relatado na revista Veja. “Isso não nos diz respeito.

Vamos aguardar a manifestação do Abramovay.

Eu quero ouvir o Pedro se manifestar.

Não tenho comentários a fazer sobre algo que não tenho informação nenhuma.

Quero que a pessoa envolvida se manifeste”, disse, após participar de carreata em Carapicuíba (SP) com a candidata.

Dutra evitou fazer comentários sobre o fato de o secretário exonerado Romeu Tuma Júnior ter confirmado que Abramovay queixou-se de ser pressionado por petistas para produzir dossiês.

Em relação à investigação da Polícia Federal sobre a violação da quebra de sigilos, Dutra afirmou que a campanha não tem nenhuma responsabilidade sobre os atos de Amaury Ribeiro Júnior, jornalista que confessou ter solicitado o acesso a dados fiscais de pessoas do PSDB.

Para o presidente do PT, a campanha também não pode ser responsabilizada pelo fato de um de seus prestadores de serviços ter cedido flat para hospedar Amaury.

O jornalista, segundo informação do jornal Folha de S.Paulo deste sábado, 23, hospedou-se num flat de um contratado da empresa Pepper, que presta serviços de comunicação e marketing para a campanha de Dilma. “Ele (quem cedeu o flat) não é integrante da campanha. É contratado de uma empresa.

Se a campanha contrata a Líder e um piloto da Líder faz alguma coisa errada a responsabilidade é minha?”, afirmou Dutra. “O que gostaríamos de saber é por que a outra parte do depoimento do Amaury, quando ele fala que tinha central de espionagem liderada pelo (Marcelo) Itagiba, não vira manchete. É uma questão de escolha”, disse Dutra, acusando a imprensa de parcialidade nas publicações.

Por fim, diante dos questionamentos de jornalistas, Dutra reagiu com ironia: “Eu estou preocupado é com essa carreata, porque se alguém atropelar um cachorro vão dizer que um assessor do PT é culpado”.