Por Valdo Cruz, Márcio Falcão e Sílvio Navarro, na Folha.com O jornalista Amaury Ribeiro Jr., pivô da quebra de sigilos de tucanos ligados a José Serra (PSDB), ficou hospedado em flat de um contratado da Pepper, empresa prestadora de serviços da campanha de Dilma Rousseff (PT).

Amaury usou o apartamento de Jorge Luiz Siqueira quando se reuniu com o “grupo de inteligência” da pré-campanha petista, no restaurante Fritz.

Na ocasião, foi discutida a elaboração de um dossiê contra tucanos. À época do encontro, o responsável pela comunicação da pré-campanha era o jornalista Luiz Lanzetta, dono da Lanza Comunicação.

Siqueira trabalhou quatro anos como coordenador-geral de logística do Ministério da Agricultura.

Deixou o cargo em maio do ano passado e passou a trabalhar na Lanza.

Na época, Siqueira era gerente de despesas da Lanza. À Polícia Federal Amaury se referiu a Jorge como “responsável pela administração de gastos da casa do Lago Sul” usada nessa fase.

Depois da revelação de que Lanzetta estava montando o “grupo de inteligência”, a Lanza deixou a campanha.

Siqueira, então, foi incorporado pela Pepper Comunicação Interativa, assim como a maioria dos contratados para trabalhar na campanha.

A assessoria da Pepper confirmou a informação.

Segundo a Folha apurou, Siqueira cedeu seu apartamento para Amaury a pedido de Lanzetta.

Ele emprestava o flat para a campanha para hospedagens provisórias.

Amaury disse à PF que foi nesse local que o deputado Rui Falcão (PT-SP) teria copiado de seu computador dados do sigilo dos tucanos.

O deputado nega.

Siqueira e Lanzetta têm outro amigo em comum ligado à campanha de Dilma: o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, cuja família detém duas empresas –Dialog e Gráfica Brasil– que ganharam mais de R$ 200 milhões em contratos com o governo.

Bené foi o responsável por negociar o aluguel de uma casa no Lago Sul, região nobre de Brasília, onde trabalhou a equipe de imprensa da petista.

Lanza e Pepper dividiram o espaço.

Bené esteve na reunião com integrantes do então “grupo de inteligência” no restaurante Fritz, em Brasília.

Também participaram Lanzetta, Amaury e um delegado da PF aposentado.

A Folha tentou falar ontem com Lanzetta, mas ele não foi localizado.

A reportagem tentou também contatar Siqueira, mas a assessoria da Pepper informou que ele estava em São Paulo por problemas pessoais.