Foto: Priscila Muniz/JC Online A bolinha de papel foi a vedete da caminhada pró-Dilma Rousseff, candidata à Presidência da República pelo PT, na Avenida Conde da Boa vista, na tarde desta sexta-feira (22).
Alguns militantes levaram papéis amassados e jogavam para o alto, numa alusão à polêmica envolvendo a agressão sofrida pelo presidenciável tucano José Serra, na última quarta-feira (20), no Rio de Janeiro.
O político do PSDB alega ter sido atingido por uma bobina de adesivos, enquanto os petistas afirmam que foi apenas uma bola de papel.
Serra chegou a procurar um médico e fazer uma tomografia.
Logo na concentração, uma militante carregava um cabo de vassoura com um negativo de tomografia e um cartaz que dizia que “laudo afirma: José Serra não tem nada na cabeça”.
Ao longo da caminhada, outras placas do gênero apareceram.
Um rapaz com uma resma de papel distribuia folhas amassadas para os demais militantes.
Em alguns momentos, bolinhas passavam voando.
O coordenador estadual da campanha petista, deputado federal eleito João Paulo (PT), chegou a cabecear uma atirada em sua direção.
Nos discursos no Pátio do Carmo, o tema também foi trabalhado. “São coisas deste tipo (uso político da agressão), pequenas, que podem servir de sofisma, alimentar mentiras que podem atrapalhar esta caminhada (do segundo turno).
Mas vamos estar atentos para que nada nos atrapalhe”, disse o presidente estadual do PSB, prefeito em exercício do Recife, Milton Coelho.
O senador eleito Humberto Costa (PT) disse que a Frente Popular era contra qualquer agressão. “Não somos adeptos à violência”, afirmou.
O governador Eduardo Campos (PSB) procurou minimizar a ironia dos militantes. “O humor é algo muito forte em Pernambuco.
Sempre foi um Estado muito criativo.
Um Estado onde o humor e o poder da criação são muito grandes.
Não podemos censurar nada”, disse em entrevista.
Para João Paulo, José Serra explorou politicamente o episódio. “A política tem que ser tratada do ponto de vista das ideias, dos projetos políticos, quem fez mais, quem melhorou mais (o País).
Nisso nós ganhamos de lavada.
Houve uma exploração clara do Serra.
Acho que pegou mal para ele”, afirmou.
João Paulo acompanhou a repercussão do fato pelo Twitter, onde o assunto foi para o ranking dos assuntos mais comentados no mundo na quinta-feira (21). “Acho que se brincou muito na internet, no Twitter, dizendo que o diagnóstico é de quatro anos de descanço para ele.
Achei muito criativo.
Não vai dar uma repercussão maior.
Não se esperava de um homem que quer ser presidente da República uma tentativa de exploração de um fato como este.
Repudiamos qualquer tipo de agressão, mesmo com papel.
Só admitimos o da chinelada”, disse em referência à declaração de Humberto Costa que afirmou, mais cedo, que “aqui em Pernambuco Serra vai levar uma chinelada (nas urnas)”.