Por Eduardo Carvalho, diretor da ABA (Associação Brasil América) Apreciando as propagandas políticas e os debates/discursos dos políticos fico enojado de ouvir as mentiras, manipulação de dados, omissão de informações que fazem para enrolar o povo.

Querem passar a impressão de que o povo está vivendo numa boa, e que irão apenas melhorar o que já está bom.

Aparecem nas fotos sorrindo.

Lamentavelmente isso é apenas uma ilusão que os políticos passam para o povo.

O Brasil está ruim, muito ruim.

Os indicadores apresentados não mostram a realidade.

Para enxergarmos o verdadeiro Brasil teria que ser feito uma análise sistêmica atual, esquecendo comparativos com o passado.

O que precisamos saber é como o Brasil está hoje.

Com essa verdade, poderíamos ter uma visão do longo caminho que temos que percorrer para ser uma nação decente Quando vamos visitar países desenvolvidos nos deslumbramos com as estradas, calçadas, parques, aeroportos, sistema de transporte público, hospitais, escolas, centros de pesquisa, campus universitários, programação cultural, saneamento , moeda possível de ser trocada, rios a lagos limpos, muita gente falando duas ou mais línguas, a grande maioria tem educação básica.

Quando retornamos temos a consciência que voltaremos para a vida real, com tudo mencionado anteriormente precário, ou existente de forma muito limitada, o que chamo de pequenas e poucas ilhas de primeiro mundo.

Por mais nacionalista que sejamos, sofremos um choque , mas nos contentamos porque estamos querendo rever a família, amigos, degustar as comidinhas, voltar a trabalhar para algum outro dia poder voltar a nos deslumbramos com o que vimos numa viagem que ficará na nossa memória.

Muitos de nós que passamos por essa experiência começamos a comparar o ruim com o bom.

Temos vergonha de ver nos dias de hoje homens empurrando carroça, crianças, idosos e gente boa para trabalhar pedindo dinheiro nos sinais, favelas, esgoto a céu aberto, sujeira nas ruas , filas enormes nos serviços públicos, a maioria do povo com cara e verdadeiramente sofrido, ônibus enormes disputando as ruas congestionadas e estreitas com carros e carroças, escolas e universidades públicas decadentes, mato pelas calçadas, povo sem educação, escândalos de roubo do dinheiro púbico constantes, violência.

Por toda essa tristeza de cenário pagamos impostos de valor igual ou superior aos países do “Primeiro Mundo”.

Temos uma máquina pública obsoleta, cheia de gargalos, provocando prejuízos incalculáveis ao desenvolvimento do país.

Com esse cenário, o que fazer?

Nossos filhos querem abandonar o País.

Outros de nossos filhos sonham e até conseguem passar num concurso público e ali se acomodarão por longa vida.

Ainda outros resolvem seguir uma carreira profissional com competência, abrir uma empresa ou trabalhar na empresa da família, ajudando o Brasil a melhorar.

Mas terão que enfrentar arduamente a burocracia do sistema público.

Considerando todas as dificuldades que já expomos, esses são os verdadeiros heróis do Brasil.

Para enxergar alguma mudança de cenário, precisa-se fazer muito mais.

Precisamos ver as principais lideranças políticas, principalmente o presidente da República, dar exemplo e agir eficientemente, com competência contra a corrupção, entre outras prioridades.

Na recente pesquisa divulgada pela ONU, o Brasil foi considerado o terceiro pior país em desperdício de dinheiro público.

Precisamos dar um jeito na distribuição de renda.

Não adianta apenas dar o bolsa esmola (bolsa malandragem), pois essa medida continuará mantendo o povo na miséria e pobre.

Os níveis de renda de classe social são muito baixos , classe C que dizem ser média, mas é classificação para mascarar pobreza.

Em contra-partida os benefícios concedidos aos milionários/bilionários estão sendo extraordinários, basta observarmos os juros exorbitantes que a sociedade paga e que o governo paga aos bancos.

Dessa forma, jamais se conseguirá ter uma igualdade social compatível com países de primeiro mundo.

Não adianta dizer que somos a oitava economia do mundo, parecendo ser um país rico, que não somos.

Para almejarmos o desenvolvimento, precisamos priorizar a educação.

Reformar escolas, abrir escolas, abrir universidades, escolas técnicas, não resolve.

Precisamos investir em qualificação e remuneração de professores.

O governo e sociedade precisam entender que a profissão de professor deve ser tão bem remunerada como a de um bom médico, engenheiro, advogado.

Não há outra fórmula para melhorarmos a educação.

Poderia me alongar muito, detalhando muitas necessidades, mas finalizo, com a necessidade crítica de ser feito uma reforma política .

A sociedade está apática com o sistema político do país.

Temos grande acervo de políticos inoperantes e corruptos, temos muita gente nas câmaras federal, estadual e municipal, temos muito desperdício de dinheiro público, mas carecemos de líderes exemplares.

Com a proximidade do segundo turno das eleições presidenciais estamos agora diante de uma decisão macro.

Apreciem bem os candidatos: história de vida, capacidade de fazer acontecer, visão, e principalmente seus valores éticos e morais.

A decisão é nossa.