Na Veja A pena para o jornalista Amaury Ribeiro Júnior - apontado pela Polícia Federal como o responsável por encomendar a quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra – pode chegar a até 12 anos de prisão.

O delegado Hugo Uruguai, que comanda as investigações, deve indiciar Amaury por quebra de sigilo, com base no artigo 325 do Código Penal.

De acordo com a lei, se for detectado dano às vítimas, o jornalista pode ir para a cadeia por seis anos.

De acordo com a edição desta quinta-feira do jornal O Estado de S.

Paulo, Uruguai estuda ainda a possibilidade de enquadrar Amaury por corrupção ativa - “oferecer vantagem indevida a funcionário público”, segundo o artigo 33 do Código Penal.

Nesse caso, a pena varia de dois a 12 anos de reclusão.

A PF concluiu que o jornalista pagou para obter informações sigilosas de pessoas ligadas ao PSDB.

Ele faz parte do chamado “núcleo de inteligência” da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT).

E admitiu, em depoimento, ter elaborado um dossiê contra Serra.

Embora Amaury Ribeiro tenha negado o pagamento e o pedido de quebra de sigilo de tucanos, a PF chegou à conclusão de que ele requisitou as violações após ouvir um novo personagem: o despachante Dirceu Rodrigues Garcia.

Ele afirmou, em depoimento à polícia, que providenciou a quebra de sigilo de Verônica Serra, filha do tucano, e de Alexandre Bourgeois, marido dela, mediante o pagamento, por Amaury, de 700 reais por declaração consultada.

Foi Dirceu quem contratou o contador Antônio Atella, responsável pela procuração falsa em nome de Verônica.

Entenda o caso - Em maio, VEJA revelou que o pré-comitê de Dilma tentou montar um grupo para investigar a vida dos adversários, incluindo Serra, seus familiares e amigos.

O grupo de arapongas estava de posse de um documento que continha informações fiscais de Verônica, Eduardo Jorge, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio e Gregório Preciado – os mesmos personagens que tiveram seu sigilo invadido em Mauá e Santo André, na Grande São Paulo.

Amaury foi um dos que participaram de uma reunião com o ex-delegado Onézimo de Sousa, que revelou ter recebido, durante um almoço com integrantes da pré-campanha petista, um convite para espionar Serra.

Em depoimento no Congresso, Onézimo afirmou que Amaury garantiu ter “dois tiros fatais” contra Serra, mas não entrou em detalhes sobre o que isso seria.

Casa do Lago Sul - No caso dos sigilos quebrados pela servidora Addeilda dos Santos, em Mauá, na grande São Paulo, o caminho foi outro: Amaury contatou o intermediário Fernando Araújo Lopes.

Entre os sigilos quebrados por Adeildda está o de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB. À PF, Amaury confessou reunir informações sobre pessoas ligadas a José Serra desde 2007.

Disse que, no fim de 2009, deixou o jornal Estado de Minas, em que trabalhava, tendo em mãos um extenso dossiê.

Em abril de 2010, diz ter sido procurado pelo jornalista Luiz Lanzetta, que trabalhava para a pré-campanha de Dilma, para que ajudasse a identificar uma fonte de vazamento de informações dentro da chamada “Casa do Lago Sul”, onde funcionava o núcleo de inteligência dos petistas que trabalhavam para Dilma.