Por Rafael Rocha Secretaria Agrária do PT em Pernambuco Muito distante de um debate político profundo, as eleições presidenciais nos serviram até o momento como um verdadeiro espetáculo de desespero do PSDB com a real possibilidade de derrota de Serra no dia 31 de outubro.
Inclusive as regras elementares da disputa eleitoral burguesa foram esquecidas.
Bate boca com frei dentro de igreja em plena romaria?!
Isso não se faz Serra!
Não pode!
Contudo, não venho aqui pra rezar, orar nem saber se Serra é do bem.
Quero sim defender a manutenção de um projeto político de esquerda no País e a sua importância estratégica na América do Sul.
Votar em Dilma Rousseff não significa somente a continuidade do programa político do Partido dos Trabalhadores no Brasil.
Cada voto conquistado por nossa militância e por diversos outros camaradas que se engajaram na disputa representa a preservação do diálogo político em favor da luta pela soberania econômica e política de diversos países, a exemplo da Venezuela, Bolívia e Cuba.
O papel assumido pelo Brasil como interlocutor da América do Sul não se deu somente pelo sucesso das nossas relações internacionais, mas também pela importância econômica do Brasil no intercâmbio comercial com esses países, e, sobretudo, por afinidades e decisões políticas tomadas nesses últimos 8 anos.
Segundo dados da Federação de Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Venezuela, durante o período de 2003 a 2008 (Governo Lula), o comércio bilateral entre os dois países teve um crescimento de 543,97%.
Em relação às exportações do Brasil no ano de 2008, a Venezuela chegou a ocupar a 7ª posição como destino de produtos, perdendo somente para Estados Unidos, Argentina, China, Holanda, Alemanha e Japão.
Com isso, a Venezuela passou do 29º para o 17º principal parceiro comercial do Brasil em todo o mundo.
No caso da Bolívia, um dos países mais pobres da América do Sul, ressalto que somos o maior comprador de gás natural do País, independentemente dos projetos de auto-suficiência da produção de gás brasileiro.
Nesse sentido, convicto de que a construção da soberania econômica e política desses países não integra a pauta política do PSDB é que ressalto a importância da continuidade de um projeto político que contribui para uma nova organização do nosso continente nas próximas décadas.
Afinal, como já dizia Dom Helder Câmara: “a fome dos outros condena a civilização dos que não têm fome”.