Por Sandrine Hénin, direto da França* Se a reforma das pensões causa tentas reivindicações atualmente na França, é provavelmente porque é um problema entre os outros.

A França já atravessou muitas mudanças sociais e institucionais desdes os anos 1980, mas a aposentadoria aos 60 anos representa mais que um direito social, ela é um símbolo do Estado do bem estar (Etat Providence).

Faz algum tempo que o clima social aqui está ruim.

O poder aquisitivo diminui, o desemprego fica mais ou menos a 10%, - 25% para os jovens entre 15 e 24 anos -, o custo da saúde aumenta…

Além disso, o fosso entre o povo e os políticos não deixa de alargar-se.

Posso entender a necessidade de aumentar a duração das cotisações por causa do alongamento da vida.

Mas me pergunto: qual será o efeito sobre o desemprego?

Especialmente o desemprego dos jovens?

Atualmente, mais ativos quer dizer mais desempregados, porque crescimento econômico quase não existe… e tem pouca sorte de se desenvolver quando o governo está cortando os gastos públicos para reduzir seu déficit.

Talvez devemos contar sobre a esfera privada?

Não faz parte dos costumes franceses. em qual estado físico estarão as pessoas quando elas se aposentarem aos 67 anos?

Depende do tipo de emprego.

Normalmente as pessoas com um emprego difícil, trabalhador (braçal) por exemplo, poderão se aposentar mais cedo.

Porém me parece difícil definir quem merece isso.

Hoje o sofrimento no trabalho tem vários fatores…

Pode ser que trabalhar mais tempo reduza a expectativa de vida.

De um ponto de vista econômico, seria um boa coisa.

Assim o custo dos cuidados para idosos também será reduzido. qual será o a quantia da pensão das pessoas quando elas se aposentarem antes de 67 anos?

Elas poderão viver bem, sem o apoio das suas famílias?

Eu não participei das manifestações.

Acabei de entrar no mundo do trabalho.

Tive sorte e achei rapidamente um emprego.

Mas em menos de um mês estarei desempregada de novo.

As pessoas que podem descer na rua são elas que já tem um emprego seguro. * Sandrine é francesa e foi ‘’estagiária’’ de Cidades, no Jornal do Commercio.

O texto foi escrito em português pela própria autora.