Por Daniel Leite, de Paris, especial para o Blog de Jamildo Cerca de 3,5 milhões de franceses foram às ruas, nesta terça-feira (19), durante o sexto dia de protestos contra a reforma da aposentadoria proposta por Sarkosy.
O projeto de Lei, que pretende aumentar de 60 para 62 anos a idade mínima para a aposentadoria,divide a opinião pública do país.
Nas últimas semanas, as manifestações ganharam o reforço dos jovens, que temem pela falta de empregos. “Se os franceses tiverem que trabalhar mais tempo para se aposentar, a oferta de emprego irá diminuir no futuro e nós seremos prejudicados”, explicou o estudante Phillipe Bouvié (18).
A presença da juventude no movimento anti-reforma, no entanto, também trouxe consigo uma onda de violência.
Durante as passeatas desta semana, alguns grupos de estudantes incendiaram carros e depredaram prédios comerciais.
Ainda foram registradas pela polícia várias brigas e arrastões.
Por sua vez, para o engenheiro Jean-Ives Astier (52), a reforma é necessária, uma vez que o déficit orçamentário do governo para o pagamento da aposentadoria precisa ser controlado. “A expectativa de vida no país tem aumentado muito.
Hoje, muitas pessoas gozam do benefício sem contribuir o suficiente.
Se a reforma não for feita, as próximas gerações de trabalhadores franceses irão sofrer bastante com a crise da aposentadoria”, afirmou.
De acordo com as últimas pesquisas que apontam o apoio dos franceses à reforma, 71% da população concorda ou tem simpatia com o movimento contra o projeto.