Por Josie Jeronimo e Lúcio Vaz, no Correio Braziliense Dois feriados próximos à eleição de 31 de outubro provocaram uma guerra estratégica entre os coordenadores das campanhas presidenciais.

Na quinta-feira, 28 de outubro, é celebrado o Dia do Servidor.

Alguns governos tucanos anteciparam o feriado em até duas semanas para segurar os servidores nos centros urbanos.

Nos estados onde a candidata Dilma Rousseff (PT) tem larga vantagem, aliados já preparam medidas para conter a debandada.

O feriado de Finados, em 2 de novembro, cai na terça seguinte.

No dia 1º será decretado ponto facultativo na maioria das repartições públicas.

Apesar da impopularidade da medida, governadores de seis estados decidiram controlar o feriado eleitoral.

Em Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pará não há previsão de ponto facultativo em 1º de novembro ou de folga no Dia do Servidor.

Onde há segundo turno também para os governos estaduais pesam interesses dos governadores que tentam a reeleição ou fazer o sucessor.

Em nove estados, os governos vão liberar os servidores após o expediente de sexta-feira e os funcionários só voltarão ao trabalho na quarta-feira.

Se o índice de abstenção chegou a 18,12% no primeiro turno, a chance de o eleitor viajar durante o fim de semana da eleição aumenta as chances de ausência no segundo turno, o que pode provocar distorções no resultado do pleito.

Em alguns casos, como Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, os servidores emendarão o recessso de sexta-feira a terça-feira.

O governo da Bahia chegou a informar que o feriadão por lá iria de quinta a terça.

Depois, anunciou que o Dia do Servidor seria transferido para a sexta-feira, dia 29.

No início da noite de ontem, o governo baiano informou que a folga da segunda pode ser suspensa.

A candidata do PT, Dilma Rousseff, obteve vitória expressiva na Bahia, com 62% dos votos — vantagem de 2,7 milhões de votos sobre o candidato tucano.

Lupa A coordenação de campanha do PSDB está analisando as repercussões do feriadão caso a caso.

Nos estados do litoral, a desmobilização pode ser maior.

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirma que os estudos já estão em andamento: “Estamos analisando todos os cenários, fazendo simulações e ouvindo todo mundo.

A gente está juntando as informações para ver.

Isso é relativo, ajuda de um lado e prejudica do outro”.

O coordenador executivo da campanha de Dilma em Minas Gerais, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), afirma que há um esforço de governadores que apoiam a candidatura de Serra (PSDB) para mudar o calendário de feriados. “Depois do jogo rasteiro do Serra, os militantes do PT estão engajados.

Por isso, ele (Serra) está convocando os governadores para mudarem o calendário.

Foi o que aconteceu em São Paulo e Minas", afirma Lopes.

A lista de estados que oficializarão o feriadão pode aumentar.

Em 15 unidades da Federação, a situação está indefinida.

Entre eles, o Rio de Janeiro.

O presidente do PT no estado, deputado Luiz Sérgio, afirma que na próxima reunião de coordenação de campanha da presidenciável Dilma Rousseff levará o tema ao debate.

O deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) torce para que o índice de abstenção não interfira na eleição, mas enquadra o fenômeno da ausência eleitoral no segundo turno a uma classe social. “Quem se dispõe a viajar é a classe média.

A grande maioria dos trabalhadores não viaja”, afirma Vanhoni.