Por Rodrigo Alvares, no estadao.com.br Em coletiva convocada nesta segunda-feira para falar sobre os panfletos anti-Dilma apreendidos ontem pela Polícia Federal em São Paulo, o secretário-geral nacional do partido, José Eduardo Cardozo, afirmou que ”há indícios veementes que esses panfletos tenham sido feitos pela campanha do nosso oponente”.

O coordenador acrescentou que cerca de 20 milhões de panfletos estavam para ser distribuídos, além de ações de telemarketing contra Dilma Rousseff organizados pela oposição.

Os 1,1 milhão de panfletos foram impressos na gráfica Pana Editora.

Arlety Satiko Kobayashi detém 50% dos ativos da empresa e é irmã do coordenador de infraestrutura da campanha de José Serra, Sérgio Kobayashi.

Arlety é também filiada ao PSDB desde 1991, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral e funcionária da Assembleia Legislativa de São Paulo. “É indiscutível a relação com a campanha de José Serra. É evidente que não poderíamos deixar de entrar com uma ação pública.

Os fatos são graves.

A central de calúnias que vem atingindo a nossa candidata começa a ter seus autores identificados. É uma coisa tão articulada que não pode ter sido feita por amadores”, disse Cardozo Para ele, “é uma propaganda eleitoral manifestamente ilegal.

Vamos entrar com ação também contra um telemarketing que pergunta se alguém na casa votou em Marina Silva e então começam a pedir votos para Serra.

Há de se perguntar quem tem recursos para uma ação cara como a do telemarketing.

A ética não serve só para ser evocada em arroubos.

Não agiremos da mesma forma”.

Edinho Silva falou que a denúncia chegou aos petistas através de um cidadão. “Não pode ser coincidência. eu peço que a campanha do outro candidato se manifeste a respeito disso”, pediu o presidente do PT-SP. “Existe uma logística para distribuir 20 milhões de panfletos.

Esperamos que as respostas sejam dadas, como quem financiou”.

Cardozo e Edinho destacaram que os documentos apreendidos pela PF foram encomendados por Paulo Okawa.

Segundo eles, Okawa foi nomeado por Serra, em 2000, para trabalhar no ministério da Saúde.