Na Folha Online O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, voltou a dizer que havia um plano de desmonte da estatal e que a empresa estava inibida de crescer no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). “Não foi um plano maquiavélico para desmontar, mas um conjunto de políticas que se continuassem iam levar ao esfacelamento da companhia”, afirmou hoje Gabrielli, em São José dos Campos (SP). “Havia iniciativas que levaram a uma inibição, uma ameaça de morte por inanição da companhia, um desmembramento, um esquartejamento.

Não era que existia um plano estruturado, eram ações que foram tomadas”, afirmou em São José.

Segundo Gabrielli, a empresa estava inibida de participar de leilões para adquirir novas áreas de exploração e não investia em pesquisa.

As afirmações foram feitas logo após uma cerimônia de inauguração de duas novas unidades da refinaria Henrique Lage, em São José.

Questionado se se referia ao governo de FHC, Gabrielli disse que preferia usar a expressão “gestão anterior à nossa”.

O presidente da empresa também negou que suas afirmações façam parte de uma “política de medo” para alertar eleitores que temem a privatização da empresa. “Não é política do medo, mas uma constatação.

Estou dizendo por que nos mudamos.

Se essa política [a atual] continuar, a empresa vai crescer.

Se a política mudar, ele não vai continuar a crescer.” Sobre as afirmações na propaganda eleitoral do candidato à Presidência José Serra (PSDB) de que as ações da Petrobras se valorizaram com o avanço do tucano nas pesquisas, Gabrielli preferiu não comentar. “O Serra pode dizer o que quiser”, afirmou.

O presidente Lula, que também participou da cerimônia, fez críticas semelhantes às de Gabrielli em seu discurso e defendeu o papel da Petrobras e os investimentos na empresa. “Se a gente analisar o que aconteceu com a Petrobras desde 1953, a gente vai perceber que essa empresa que nasceu desacreditada, essa empresa que muita gente tentou vender, essa empresa que muita gente tentou mudar o nome, essa empresa que muitos editorias da década de 50 diziam que o Brasil não tinha que se meter a procurar petróleo, essa empresa chega em 2010 se transformando na segunda empresa de petróleo do mundo”, disse Lula.

O presidente também afirmou que, quando assumiu o governo, o valor patrimonial da Petrobras era de US$ 15 bilhões, e hoje é de US$ 200 bilhões.

Ao falar dos projetos de novas refinarias, Lula afirmou que a refinaria do Pecém, no Ceará, já está com o terreno regularizado.

Questionado sobre o assunto, o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Duarte da Costa, não confirmou se a empresa já recebeu autorização para começar as obras. “A previsão nossa é que esse terreno seja liberado possivelmente até o final do ano.

O presidente parece ter uma informação que nós não temos”, disse.

De acordo com o diretor, se as obras forem cumpridas no prazo previsto, a refinaria, com capacidade prevista para refinar 300 mil barris por dia, deve entrar em operação em 2017.