Foto: Clemilson Campos (JC Imagem) A mobilização da militância é o principal desafio da coordenação da campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT) neste segundo turno.

A ausência da estrutura dos candidatos proporcionais é uma dificuldade apontada pelos governistas que se reuniram na noite desta quarta-feira (13), num hotel no Pina, Zona Sul do Recife.

Participaram do encontro o governador Eduardo Campos (PSB), o senador eleito Humberto Costa (PT), oito prefeitos, três vices e um ex-prefeito de municípios da Região Metropolitana do Recife.

De acordo com o coordenador estadual da campanha, o ex-prefeito João Paulo (PT), a ideia é mobilizar os gestores para o segundo turno, etapa que considera mais difícil. “É complicado porque não temos a estrutura dos proporcionais.

Já sugerimos que os comitês se mantivessem, principalmente os que ficam fora da Região Metropolitana”, explicou o político que pediu 20 milhões de panfletos da candidata para distribuir em Pernambuco.

João Paulo cobrou apoio de militantes. “Meu sentimento é que está faltando engajamento de nossa militância (do PT).

Já senti isso no primeiro turno.

Agora, a palavra de ordem é mobilização geral”, afirmou. » Campanha pró-Dilma traça cronograma de ações em Pernambuco Para ele, a crença do comando nacional de que a eleição presidencial seria garantida já no primeiro turno foi prejudicial. “Estava pintando um cenário favorável.

A maior parte da militância acreditava que ia resolver no primeiro turno”, ressaltou.

João Paulo também defendeu a nova postura adotada por Dilma.

Para ele, no entanto, a candidata não está mais “agressiva” e sim “ofensiva”. “Já era necessária essa posição mais ofensiva.

Tem algumas questões essenciais em que faltou essa posição mais ofensiva”, disse ele referindo-se a episódios como o escândalo da Casa Civil, a quebra de sigilos e a polêmica envolvendo a descriminalização do aborto. “Houve uma avaliação (por parte do comando nacional) errada”, apontou.

Quanto a uma possível visita de Dilma ao Estado, João Paulo disse que pode sugerir que ela venha, mas não fará pressão. “Poderíamos propor a vinda dela aqui.

Mas tem que deixar a critério da coordenação nacional, que deve priorizar onde é mais estratégico ir”, opinou.

A posição do ex-prefeito conta com o apoio do governador Eduardo Campos. “Acho importante que ela venha sempre a Pernambuco, mas ela deve ir onde for mais importante.

Se ela precisar ir a outro lugar, a gente vai segurando a campanha com toda a tranquilidade.

Queremos agendar para a próxima semana a vinda dela, mas entendemos que ela tenha que fazer presença em lugares que não tenha um conjunto (de apoio) tão expressivo”, pontuou o governador.

Campos disse que ele e João Paulo já falaram com ela, mas nada está definido.

A agenda da próxima semana será fechada até sábado (16).

Eduardo Campos também cobrou o apoio dos parlamentares que já foram eleitos. “Todos os deputados estão visitando suas bases, fazendo reunião de agradecimento.

Essas visitas servem de oportunidade para fazer campanha” LULA - O coordenador de campanha João Paulo defendeu ainda uma maior participação do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).

Para ele, é necessário que o presidente tenha uma agenda paralela à de Dilma. “É imprenscindível um envolvimento maior do presidente Lula.

Tem que reforçar mais, ter agenda própria dele reforçando a agenda dela (de Dilma)”.