Por Luciana Nunes Leal, de O Estado de S.Paulo RIO - Em reunião com 500 líderes políticos e comunitários organizada pelo candidato a vice de José Serra (PSDB), Indio da Costa (DEM), coube ao deputado reeleito Arolde de Oliveira (DEM) fazer os ataques de cunho religioso à petista Dilma Rousseff.
Fiel da Igreja Batista e com grande influência em outras denominações evangélicas, Arolde fez um discurso que chamou de “arrazoado por que não devemos votar na Dilma” e orientou os participantes a “colarem” a candidata na terceira versão do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) proposta pelo governo. “Os projetos do PNDH-3 agridem e desmontam os princípios cristãos”, afirmou o deputado. “Eles querem fazer a ditadura do Estado.
Massacrar, desconstruir a família”, insistiu.
O deputado afirmou ainda que o presidente Lula só não mudou a Constituição porque não teve maioria de dois terços da Câmara e do Senado, mas lembrou que nas eleições de 3 de outubro os governistas atingiram esta proporção de deputados e senadores. “Eles fizeram maioria constitucional na Câmara e no Senado para fazer qualquer coisa.
Ela (Dilma) poderá dizer que a Constituição será ela.
A Nação vai ficar à mercê da cabeça desta senhora.
Vamos ter que pedir a Deus que nos salve das garras dos marxistas”, discursou Arolde. “Vamos divulgar, colar o PNDH-3 como programa de governo da candidata”, conclamou o parlamentar do DEM.
Para evitar a imagem de agressividade no segundo turno, Indio da Costa fez um discurso de poucos ataques a Dilma, embora tenha afirmado que votar em José Serra é a “garantia das nossas liberdades de imprensa, de expressão, de culto”.
O candidato a vice disse que a população não conhece as ideias de Dilma e que a petista “conta uma lorota aqui, outra lorota ali”.
Indio prometeu parceria com o governo do Rio de Janeiro e a ampliação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), carro-chefe do governador reeleito Sérgio Cabral (PMDB), aliado de Dilma.
O candidato a vice mostrou preocupação com o feriado de Finados, que começa no fim de semana do segundo turno da eleição, marcado para 31 de outubro. “Agora é um lado e outro lado.
Vamos dizer aos eleitores da classe média para não viajarem no dia 31”, orientou Indio.