O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) estará convocando ainda esta semana, uma reunião com a Secretária Estadual de Saúde (SES-PE), para cobrar explicações à respeito de graves denúncias sobre o mal funcionamento do Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam), principal referência de saúde no município de Serra Talhada.
A denúncia foi feita pelos médicos que trabalham na unidade de saúde.
São várias as reclamações: escalas incompletas, sobrecarga de trabalho, escassez de ambulância, transporte sucateado, acumulo de trabalho e desvio de função, e inclusive, intervenção da diretoria da Geres na autonomia dos médicos.
O diretor regional do Simepe em Serra Talhada e também ortopedista do Hospam, Antônio Rodrigues, afirma que a situação do hospital é deplorável. “Faltam profissionais de todas as especialidades.
Na ortopedia, por exemplo, temos quatro médicos, quando na realidade são necessários 20.
Na cirurgia há uma carência de 12 especialistas.”, argumentou.
Segundo a entidade, a falta de equipamentos é outra preocupação para quem exerce a medicina no Hospam. “A traumatologia é o setor que mais sofre com esse problema.
Além disso, o acumulo de trabalho e o desvio de função, são também fatores que prejudicam e atrapalham os atendimentos”, diz. “Existe técnico de laboratório que divide o tempo entre realizar exames de raio-x e colocar gesso nos pacientes”, indignou-se Rodrigues.
Segundo o sindicato, o transporte de pacientes também tem colaborado para crise do Hospital.
De acordo com os médicos, há interferência da diretoria da Gerencia regional de Saúde (Geres) nas transferências dos pacientes, passando por cima da solicitação do médico, comprometendo a saúde do individuo. “As vezes uma única ambulância transporta quatro, cinco pessoas ao mesmo tempo.
Precisamos de mais ambulâncias”, explicou Rodrigues.
O presidente do Simepe, Silvio Rodrigues, garantiu que encaminhará a denúncia ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e um oficio ao Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), solicitando sindicância no hospital.
De acordo com ele, a falta de uma política pública de interiorização dos médicos é uma das causas dos desfalques nas escalas de plantão. “É importante a criação do Plano de Cargos Carreiras e Vencimentos(PCCV), realização de concursos públicos, além de salários atrativos para que o médico permaneçam fixos nos municípios que compreendem o agreste e o sertão pernambucano”, afirmou.