Sem perder a oportunidade, na primeira entrevista como prefeito interino, Milton Coelho (PSB) definiu a postura do candidato adversário José Serra (PSDB) como a de um personagem de Luigi Pirandello, que busca um autor. “Quando um candidato fica ziguezagueando seu discurso ao longo de uma campanha, é por que ele não achou ainda um rumo, que é o caso da campanha do candidato Serra”.
Parafraseando Miguel Arraes em frase dita contra Jarbas, há cerca de 20 anos, Coelho disse ainda que Serra “vai entrar no caminho da perdição”.
O socialista repreendeu a postura adotada pelo tucano de ir para “confrontos e ataques pessoais”. “É de lamentar que ele esteja sendo estimulado por lideranças de Pernambuco a ir pra confrontos e ataques pessoais., atitudes que já foram reprovadas pela população local”, disse, alfinetando ou tra vez Jarbas Vasconcelos, que tem cobrado de Serra uma postura ofensiva. “Se o Serra for entrar nesse debate pessoal, apelativo, certamente vai ter efeito contrário”, previu.
Sobre as questões polêmicas que vem trazendo prejuízos à sua candidata Dilma Rousseff (PT) como aborto e união homossexual, Coelho afirmou que acredita que estes temas devem ser abordados pelos dois candidatos, não apenas pela petista. “Ele mesmo, Serra, tem que dizer qual é a sua opinião sobre assunto, já que ele quer fazer disso o tema central da sua campanha”.
Defendendo o presidente Lula que também fez críticas duras ao senador Marco Maciel, afirmou. “Lula não disse que ele era mau, bom, magro, gordo, feio ou bonito.
Não vejo agressão nisso”.
O atual prefeito, no entanto, reconheceu que existem excessos, como quando Lula desejou que o partido Democratas fosse extinto, em Santa Catarina. “Esse excessos acontecem, e são reprováveis, mas fazer disso a sustentação básica e linha fundamental de discurso para vencer uma eleição, é que é reprovável […] É muito mais importante debater questões sociais do que as de foro íntimo”, completou.