Agência Estado Em reunião de mais de quatro horas, representantes de grupos sociais e colaboradores da campanha de Marina Silva (PV) à Presidência da República deram um indicativo de qual deverá ser o destino da legenda no segundo turno: a neutralidade.

Embora a coordenação da campanha rechace a palavra “neutralidade” e prefira o termo “independência”, o que imperou na reunião de hoje em São Paulo é a preocupação em manter o capital político herdado nas urnas. “Vamos fechar um posicionamento, isso não quer dizer apoiar um ou outro.

Podemos ter a posição de ficarmos independentes”, disse o ex-coordenador geral da campanha, João Paulo Capobianco.

O dirigente considera “neutralidade” um termo equivocado por dar a impressão ao eleitor de que o PV não dá a devida importância ao segundo turno. “Neutro é um termo inapropriado, significa sem posição política.

O correto é ‘‘independente’’.” Isso significa, em outras palavras, que há uma forte corrente na campanha que apoia a ideia de deixar a decisão para o eleitor, sem um posicionamento oficial de Marina favorável a Dilma Rousseff (PT) ou a José Serra (PSDB). “Minha linguagem não é de tutela com o voto do cidadão”, sinalizou Marina na tarde de hoje, em entrevista coletiva.

A decisão do partido sairá no dia 17, em convenção com aproximadamente 90 militantes, colaboradores e simpatizantes.

De acordo com Capobianco, a prioridade não é definir um apoio e sim tomar uma posição que atenda às expectativas dos eleitores de Marina. “(A votação) gerou uma enorme responsabilidade e vamos ter de lidar com isso”, admitiu.

Oficialmente, o partido teria três caminhos a seguir: apoiar Dilma, declarar voto em Serra ou optar pela “independência”. “(Hoje) foi uma oportunidade para discutir as diversas posições, mas o que une todo o grupo é a certeza de que não foi um voto no PV ou na Marina, foi um voto na visão (política de País).”