Na Folha de São Paulo A Polícia Federal em Roraima não descarta pedir a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico do senador reeleito Romero Jucá (PMDB), que é líder do governo no Senado.

De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Estado, Herbert Gasparini, as diligências aguardam aval do Ministério Público Eleitoral.

O órgão receberá a documentação de todo dinheiro apreendido no Estado durante o período eleitoral, sob suspeita de compra de votos.

A PF investiga a origem e o destino de mais de R$ 1,8 milhão apreendido.

Desse total, R$ 1,1 milhão tem relação direta, segundo a polícia, com o senador reeleito.

A suspeita, segundo a polícia, é a de que o dinheiro venha de desvios de contratos e licitações nas áreas de saúde e infraestrutura.

No período eleitoral, a Justiça não autoriza a polícia a instaurar inquérito para apurar crimes eleitorais. É preciso uma autorização da Justiça ou do Ministério Público.

Um eventual depoimento de Jucá sobre o caso depende dessa decisão.

Gasparini disse que o prazo para concluir as investigações é de 30 dias.

TIRO A PF irá ouvir nesta semana os envolvidos no caso dos R$ 100 mil achados na semana passada.

Segundo a polícia, a quantia foi jogada da janela de um carro em que estava o empresário Amarildo Freitas e que foi interceptado por policiais.

Freitas foi preso.

De acordo com a polícia, na ocasião um tiro foi disparado por um outro veículo, que estava nas imediações do escritório de Jucá.

Gasparini disse que o tiro não foi disparado por agentes federais.

A polícia, porém, não encontrou o autor do disparo. “No afã de fugirem, o revólver pode ter disparado de dentro do carro, não atingiu ninguém.

Creio que eles não teriam a audácia de atirar na equipe da Polícia Federal”, disse Gasparini. “Suponho que tenha sido um disparo acidental, mas representou um agressão.

Tanto que os agentes redobraram a vigilância e revistaram todo mundo”, afirmou.

Um agente da Polícia Federal, que falou sob a condição de não ser identificado, disse à reportagem que, após o episódio, Jucá foi parado por policiais e teve seu carro vistoriado.

No entanto, nada teria sido encontrado.

O senador apoia a candidatura à reeleição do governador, José de Anchieta Júnior (PSDB).