Agência Estado A Comissão Brasileira Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), manifestou-se, por meio de nota, “preocupada com o momento político na sua relação com a religião”. “Muitos grupos, em nome da fé cristã, têm criado dificuldades para o voto livre e consciente”, afirmou a entidade, no comunicado.
A manifestação deve endereço certo: o bispo de Guarulhos (SP), d.
Luiz Gonzaga Bergonzini, que tem pregado o voto contrário à candidata petista Dilma Rousseff e um debate sobre o aborto que tomou conta das campanhas dos dois candidatos à Presidência. “Dos males, o menor”, tem dito d.
Luiz Gonzaga, ao defender o voto contrário a Dilma que, segundo ele, apoia o aborto.
O bispo tem usado suas missas para acusar Dilma e o PT de terem incluído em seu programa de governo a defesa do aborto.
Guarulhos, na Grande São Paulo, tem 1,3 milhão de habitantes.
Para o secretário-executivo da Comissão Justiça e Paz, Daniel Veitel, Dilma foi a única candidata que se declarou claramente a favor da vida. “O José Serra (presidenciável do PSDB) não tem uma posição clara”, criticou.
Veitel lembrou que a CNBB não impôs veto a ninguém nas eleições.
Afirmou ainda que alguns grupos continuam induzindo erroneamente os fiéis a acreditarem nisso. “Constrangem nossa consciência cidadã, como cristãos, atos, gestos e discursos que ferem a maturidade da democracia, desrespeitam o direito de livre decisão, confundindo os cristãos e comprometendo a comunhão eclesial”, afirma a nota da comissão.