O senador eleito Armando Monteiro (PTB) participou ao lado de seu companheiro de chapa, o também senador eleito Humberto Costa (PT), do debate no programa de Geraldo Freire, na Rádio Jornal, nesta quarta-feira (06).
Entre outros assuntos, Armando e Humberto falaram da disputa entre os candidatos à presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) e condenaram a onda de boatos contra a candidata petista.
Abaixo, leia trechos da participação de Armando Monteiro no debate.
Sobre a redução da jornada de trabalho Eu sou contra a redução por força de lei, ou seja, por uma medida impositiva, de caráter universal, que nivela todo mundo, mesmo em situações as mais distintas.
Veja que o Brasil é um país heterogêneo.
Você tem regiões mais desenvolvidas, menos desenvolvidas, você tem setores intensivos em capital, como a petroquímica, como o setor de papel e celulose, tem setores que são intensivos em mão-de-obra, como a construção civil, como o setor de confecções.
Então como é que você pode nivelar tudo isso por força de lei e submeter uma pequena empresa de confecções do Nordeste à mesma situação de uma grande planta petroquímica que é intensiva em capital?
Então o que eu defendo é a redução da jornada pela via da negociação.
Isso é o que o mundo consagrou.
Sobre os boatos contra Dilma Atende nitidamente ao interesse eleitoral.
Esse debate não está surgindo agora de graça.
Ele está surgindo porque estão divulgando uma posição para assustar, para poder manipular a opinião pública sobre temas que são sensíveis à população mas que de qualquer maneira não se colocam e nunca se colocaram no centro do debate.
Eu acho que o Brasil amadureceu em muitos aspectos, as instituições no Brasil funcionam, a campanha se realiza num clima de absoluta liberdade de expressão, o Brasil é um país que consagrou a separação do Estado e Religião, então é um estado laico, há uma liberdade de expressão absoluta do ponto de vista religioso.
Então eu acho que pouco a pouco vai ficando claro que isso nada mais é que uma tentativa de deformar, de criar uma situação de manipulação e o brasileiro vai entender isso.
Agora no segundo turno essas posições vão ficar clarificadas.
Não é possível imaginar que se possa fazer uso desse tipo de prática porque ao final o povo brasileiro vai entender claramente que isso é uma campanha e que isso está a serviço de interesses que não me parecem legítimos.
A relação com Jarbas no Senado após os embates da campanha A política é assim.
Na hora dos embates e do enfrentamento essas coisas acontecem.
Agora eu acho que na hora de tratar dos interesses de Pernambuco e do Brasil essas questões ficam muito pequenas para mim.
Eu não tenho propriamente afinidades com o senador, não tenho uma relação próxima, mas todas as vezes que o interesse de Pernambuco ou a nossa atuação no Senado depender de um diálogo e de um entendimento com ele ou com qualquer outro companheiro, eu tenho a consciência de que pelas responsabilidades de que estou investido, tenho que exercitar esse diálogo.
A relação com Sérgio Guerra Nada é definitivo.
Você na vida tem afinidades maiores ou menores e há momentos em que na política há enfrentamentos.
Ao longo da vida vamos amadurecendo e entendendo que essas questões devem ganhar a dimensão que tem.
Eu acho que a política deve ser feita no campo das idéias, quando houver um confronto deve ser o de idéias.
Devemos ter adversários porque é importante.
Alguém já disse que devemos desconfiar de quem não tem adversários, porque quem não tem adversários é aquela pessoa que não tem propriamente princípios nem posições.
Agora, não precisa também fazer política cultivando inimizades.
A relação e a disputa com Marco Maciel Eu continuo tendo do Senador a mesma impressão que sempre tive, não mudei.
Ele é um homem com quem sempre tive uma relação pessoal de respeito, ele é um cidadão educado, uma pessoa que tem inquestionavelmente uma postura de civilidade, ele tem relações muito próximas com minha família, com meu pai.
Eu fiz a campanha e em nenhum momento fiz qualquer juízo de valor que pudesse significar uma restrição, uma diminuição ao senador, não fiz a campanha movido por nenhum sentimento de derrotar ninguém.
Era impressionante como as pessoas e diziam que eu ia derrotar.
Eu não estou nesse processo para derrotar ninguém, eu estou para ajudar a tornar um projeto em que eu acredito vitorioso.
Não me satisfaz a derrota de ninguém.
Agora acho que é preciso entender que quem se submete ao julgamento popular assume o risco do processo eleitoral.