Por Ana Laura Farias, especial para o Blog de Jamildo Depois de vinte e quatro anos como deputado estadual, Geraldo Coelho (PTB) não conseguiu renovar seu mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Seu sobrinho, Ciro Coelho (PSB), também não conseguiu mais quatro anos na Casa. “Não penso em me candidatar novamente.

Perder a eleição foi uma surpresa muito desagradável.

Esperava ter em torno de 50 mil votos e tive 15 mil.

Ainda não consigo entender os motivos da derrota”, lamenta Geraldo Coelho.

Para Clóvis Miyachi,cientista político do Instituto Maurício de Nassau, a derrota significa uma perda de capital político da família Coelho em Petrolina.

A mudança pode ser creditada, além da renovação política, às alterações no modelo econômico da região. “O agronegócio está deixando de ser familiar, ficando cada vez mais baseado em modelos voltados para a exportação.

Isso faz com que as pessoas sintam-se cada vez mais desapegadas dessas famílias políticas tradicionais”, comenta Miyachi.

A derrota da família Coelho foi considerada por Roberto Santos, cientista político do mesmo instituto, como uma renovação no paradigma da política de Pernambuco, especialmente em Petrolina.“A derrota da família na Alepe é muito semelhante à de Marco Maciel no Senado.

Ambas surgem da necessidade de renovação eleitoral”, explica Santos.

Geraldo Coelho trocou o PSB pelo PTB, mas não acredita que a mudança tenha tido influência significativa na sua derrota.

Os cientistas políticos Roberto Santos e Clóvis Miyachi concordam que não faria muita diferença, já que nenhum dos partidos tem identidade forte.

O candidato mais votado em Petrolina foi Odacy Amorim (PSB), ex-prefeito de Petrolina, com 43 mil votos, seguido por Adalberto Cavalcanti (PHS), ex-prefeito de Afrânio. “A eleição de Adalberto simboliza um novo panorama em Petrolina e arredores”, explica Miyachi.

O deputado eleito pelo PHS, que já havia declarado na mídia que “não se realiza campanha sem capital financeiro”, não acredita nessa mudança de paradigma na região. “Depois de eleito, não considero que houve grande influência do capital na vitória.

Também não acho que seja uma mudança no panorama.

Acredito que tenha sido mais por conta da minha boa gestão em Afrânio” .

O ex-prefeito de Afrânio declarou, na última eleição, patrimônio de mais de R$ 2 milhões.

Na Câmara Federal, no entanto, a família Coelho mantém a representatividade.

Fernando Coelho Filho (PSB) foi o sétimo deputado mais votado no estado, com mais de 166 mil votos.