Do Radar Político De olho nos votos da presidenciável derrotada Marina Silva, o candidato do PSDB José Serra procurou hoje mostrar afinidade com políticos do Partido Verde, defendeu o planejamento ambiental para as obras de infraestrutura e citou a lei de mudanças climáticas aprovada pelo governo de São Paulo como provas de que é “um ambientalista convicto”.
Em coletiva concedida após vistoriar as obras da avenida Jacu Pêssego, em Mauá, na Grande São Paulo, o tucano fez referências indiretas à polêmica envolvendo a posição sobre o aborto da candidata do PT, Dilma Rousseff, e classificou como “natural” uma eventual aproximação com o PV no segundo turno. “Eu não vou agora virar ambientalista de última hora, como não virei cristão de última hora”, afirmou, sem citar Dilma, que teria perdido votos entre eleitores cristãos no primeiro turno por conta de declarações contraditórias sobre a legislação do aborto. “As minhas posições são muito conhecidas.
Não fico mudando de uma hora para outra segundo a conveniência eleitoral”, acrescentou.
O tucano lembrou ainda sua proximidade com lideranças do PV, como o candidato derrotado do partido ao governo de São Paulo, Fábio Feldmann, e o atual secretário de Meio Ambiente da capital, Eduardo Jorge, que integrou a equipe de Serra durante sua passagem pela prefeitura.
Para o candidato do PSDB, o bom relacionamento com os políticos verdes lhe daria credenciais para um eventual apoio do partido. “Quando eu estive na prefeitura, o PV esteve conosco.
E continua.
O Eduardo Jorge é um dos melhores secretários de Meio Ambiente do Brasil”, disse.
O aceno explícito corrobora a tese de que o tucano poderá oferecer a pasta ao seu ex-secretário em troca de apoio, em uma eventual vitória no segundo turno.