No Congresso em Foco O presidente nacional do PTB, o ex-deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ), anunciou hoje (1º) que seu partido está desembarcando da campanha do candidato do PSDB à Presidência, José Serra.
Em mensagens publicadas em seu microblog, o pivô do escândalo do mensalão liberou os petebistas a votarem como quiserem para presidente no próximo domingo (3) e surpreendeu ao declarar a mudança de voto.
Roberto Jefferson disse que decidiu votar em Plínio de Arruda Sampaio (Psol). “Como presidente do PTB, libero meus companheiros a escolherem seu candidato a presidente do Brasil”, escreveu.
Em junho, o partido havia oficializado apoio à campanha do tucano.
Apesar disso, parte da bancada do PTB no Congresso pede votos para Dilma.
O ex-deputado criticou a postura do tucano no debate promovido ontem à noite pela TV Globo, o último antes da votação do próximo domingo. “Serra o mesmo de sempre.
Sem graça, sem emoção, sem colorido.
Sem compromisso com o coletivo de partidos a seu lado.
Eu, eu, eu…”, atacou.
Para ele, Marina Silva começou bem o debate, mas perdeu energia.
Dilma, na avaliação do presidente do PTB, se saiu bem. “Dilma começou de nariz pra cima, depois se afirmou.
Acertou a maquiagem e o casaco rosa.
Soube repelir o deboche da platéia”, afirmou, em referência ao momento em que a candidata repudiou os risos do público quando disse que todas as doações de sua campanha são oficiais.
Mas, segundo Roberto Jefferson, o grande vencedor do debate foi o candidato do Psol, de 80 anos. “Plínio terá meu voto pessoal para presidente do Brasil”, escreveu. “Plínio mostrou a forca de terceira idade.
Idealista, corajoso, fina ironia, coletivo, partidário.
Me tocou seu brado pelo Brasil”, acrescentou.
Durante a campanha, Jefferson causou polêmica entre aliados por meio de seu twitter.
A primeira confusão ocorreu em 25 de junho, quando publicou pelo microblog, em primeira mão, que o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) seria o vice de Serra.
O anúncio causou reação principalmente no DEM, que reivindicava a indicação do posto.
Lideranças do Democratas criticaram, ainda, o vazamento da informação pelo petebista.
Com a ameaça de implosão na aliança, Alvaro Dias acabou cedendo a vaga para o deputado Índio da Costa (DEM-RJ).
O petebista voltou a causar barulho em 19 de agosto, quando ele acusou José Serra de provocar “dispersão” entre os partidos aliados. “Ele nunca nos reuniu”, criticou.
O ex-deputado afirmou, na ocasião, que só havia conversado com Serra duas vezes, uma na convenção do PTB, e outra na casa do candidato a governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). “Eu apoio Serra a pedido do Geraldo Alckmin.
Sou Geraldo, não conheço o Serra.
Só de ouvir falar”, escreveu o petebista no microblog. “Sem unidade das oposições ninguém, nem Cristo, venceria”, emendou.
Em 2005, o ex-líder da tropa de choque do ex-presidente Fernando Collor deflagrou a maior crise do governo Lula ao denunciar que parlamentares e partidos da base aliada, inclusive o PTB, recebiam dinheiro em troca de apoio ao Planalto.
Por causa do escândalo do mensalão, Roberto Jefferson acabou tendo o mandato cassado, juntamente com os deputados José Dirceu (PT-SP) e Pedro Corrêa (PP-PE).