No Blog de Josias Alvo de todos, Dilma foge da ‘gafe’ no último debate Serra e Marina vêem no evento oportunidade para 2º turno No Blog de Josias Vai ao ar na noite desta quinta (30) o último debate presidencial do primeiro turno.

Voltam aos holofotes: Dilma, Serra, Marina e Plínio.

Cinco blocos.

Horário nobre, no vácuo da novela.

Rede Globo, dona da maior audiência do país.

Tudo a três dias da eleição.

Favorita nas pesquisas, Dilma programou-se para “cumprir tabela”, disse um dos operadores da campanha ao repórter.

Mais do que ir bem, a pupila de Lula foi preparada para não se sair mal.

Na visão da marquetagem, o fundamental é evitar os deslizes.

Tomaram-se como parâmetros, dois debates da campanha de 2006, quando mediam forças Lula e Geraldo Alckmin.

Num, o último debate do primeiro turno, Lula não deu as caras.

Pululava no noticiário da época, o caso dos “aloprados” do dossiê.

A junção das duas coisas –o escândalo e a fuga de Lula— levou Geraldo Alckmin ao segundo turno.

Aprendida a lição, a hipótese de ausência de Dilma foi descartada já no alvorecer da campanha.

O ‘Erenicegate’ –alopragem de 2010— tonificou a decisão.

Noutro debate, o primeiro do segundo turno de 2006, Lula apareceu.

Dessa vez foi a estratégia de Alckmin que desandou.

Dono de temperamento cordato, Alckmin foi à jugular de Lula.

Em timbre raivoso, cobrou explicações sobre a origem do R$ 1,7 milhão da mala dos “aloprados”.

Aos olhos do eleitor, a agressividade não caiu bem.

E Alckmin teve no segundo round menos votos do que amealhara no primeiro.

Alvo potencial de todos os rivais, Dilma foi aconselhada a manter o equilíbrio.

Se lhe esfrefarem Erenice Guerra na face, não fará a defesa da ex-braço direito.

Defenderá a investigação.

Coisa no estilo “doa a quem doer”.

Dirá que, eleita, não permitirá que o episódio fique sem resposta.

No mais, vai privilegiar a discussão de propostas de governo sempre que lhe couber a formulação de perguntas.

Grudará em Lula, como de hábito.

De Plínio ‘Não Tenho Nada a Perder’ Sampaio, espera-se que conserve o estilo de franco atirador.

José ‘Segundo Turno Pelo Amor de Deus’ Serra precisa desestabilizar Dilma, conduzindo-a ao deslize.

Porém…

Porém, o Alckmin de 2006 ensina ao tucanato que a agressividade, quando demasiada, engole o dono.

Serra, a propósito, é assistido pelo mesno marqueteiro que assessorava Alckmin: Luiz Gonzalez.

Quatro anos atrás, Gonzalez desaconselhara o azedume.

E quanto a Marina ‘Onda Verde’ da Silva?

A exemplo do que fez no debate anterior, na Record, vai mirar em Serra e Dilma simultaneamente.

Deseja reforçar o semblante de “terceira via”.

Espera conquistar o voto dos indecisos.

Uma tarefa inglória.

O histórico das eleições demonstra que o eleitorado indeciso tende a se diluir entre os candidatos.

Na média, o voto titubeante costuma se dividir entre os vários candidatos, na mesma proporção ostentada por cada um deles nas pesquisas.

O formato do debate, amarrado pelos marqueteiros, favorece Dilma.

Dos cinco blocos, apenas dois serão dedicados a temas livres.

Nada de repórteres.

Cada candidato escolhe o tema e dirige a questão a um dos contendores. É nesse pedaço que pode emergir o ‘Erenicegate’.

Noutros dois blocos, os presidenciáveis serão instados a dirigir uns aos outros questões sobre temas programáticos, sorteados na hora.

No mais, só as considerações finais, previstas para o último bloco.

Se não se sair mal, como prevêem seus operadores, Dilma emergirá do debate no lucro.

A historiografia das eleições mostra que só o grande deslize é capaz de alterar o quadro de intenções de voto.

O caso clássico é o de Ciro Gomes.

Candidato em 2002, Ciro chegou a agosto com 27% nas sondagens eleitorais.

Era o segundo colocado.

Súbito, numa entrevista de rádio, chamou um eleitor de “burro”.

Depois, instado a comentar o papel reservado na campanha à sua mulher, Patrícia Pillar, disse que se resumia a “dormir com o candidato”.

Terminou a eleição em quarto lugar, com 11%.

Repetido diante das câmeras da Globo, um destempero à moda Ciro poderia arrancar votos de Dilma.

A três dias do pleito, não haveria tempo para consertar o estrago.

Fora disso, a tendência é de manutenção do quadro.