Em meio à série de ataques do governo Lula contra a liberdade de imprensa, um grupo de personalidades brasileiras lança, nesta quarta-feira, o Manifesto em Defesa da Democracia, com o objetivo de “brecar a marcha para o autoritarismo”.
O lançamento será realizado ao meio-dia, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo.
O texto virá a público com a assinatura de 59 pessoas – entre elas o jurista Hélio Bicudo; o bispo dom Paulo Evaristo Arns; o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Sidnei Sanches; o ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega; o poeta Ferreira Gullar; a atriz Rosamaria Murtinho e os cientistas políticos Leôncio Martins Rodrigues, José Arthur Gianotti, José Álvaro Moisés e Lourdes Sola.
Após a leitura do manifesto, ele ficará à disposição para todos os que quiserem assiná-lo, inclusive na internet.
O texto salienta que hoje, no Brasil, “os inconformados com a democracia representativa se organizam para solapar o regime democrático”.
Logo na abertura o documento lembra que “em uma democracia, nenhum dos poderes é soberano”.
Ataques – Com o apoio do PT e de centrais sindicais, uma ONG promoverá na quinta-feira um ato contra a imprensa livre, sob o pretexto de que o Brasil vive o que eles classificam como um processo de “golpismo midiático”.
O convite para o protesto contra a liberdade de expressão foi divulgado no site do PT.
O ato foi anunciado pouco após o presidente Lula iniciar mais uma série de ataques à imprensa, no último sábado.
Temendo que a ligação de sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff, com a ex-ministra-chefe da Casa Civil Erenice Guerra possa refletir negativamente na campanha, Lula decidiu atacar os veículos de comunicação que produziram reportagens a respeito do escândalo de lobby e tráfico de influência na Casa Civil.
Segundo o presidente, as declarações críticas recentes dos adversários e as matérias sobre o caso são fruto de intolerância, ódio e mentira.