Na Veja O diretor de operações dos Correios, coronel Eduardo Artur Rodrigues pediu demissão nesta segunda-feira após denúncias de que ele seria testa de ferro da empresa Master Top Linhas Aéreas (MTA). É o quarto integrante do governo a cair após a reportagem publicada em VEJA da semana passada sobre o tráfico de influência de Israel Guerra, filho de Erenice, a seu favor.
Na edição desta semana, VEJA mostra que o advogado Vinicius de Oliveira Castro, sócio do filho da ex-ministra Erenice, recebeu 200 000 reais de propina dentro da Casa Civil.
No domingo, o jornal O Estado de S.Paulo publicou reportagem afirmando que Rodrigues atua como testa de ferro do empresário argentino Alfonso Rey, que vive em Miami, na MTA.
No mesmo dia, o presidente da estatal, David José de Matos, anunciou que o diretor iria deixar o cargo.
A carta com o pedido de demissão foi apresentada à presidência da estatal nesta segunda.
Investigações - Também nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou agilidade à Polícia Federal (PF) nas investigações envolvendo familiares da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.
Lula fez o pedido ao ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, durante reunião de coordenação política no Palácio do Planalto.
Segundo o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, as apurações serão concluídas o mais rápido possível.
O ministro disse ainda que a investigação abrange outras instituições – além da Casa Civil - como os Correios: “Qualquer órgão que tenha qualquer tipo de denúncia, venha de quem vier, será apurada”.
O substituto de Erenice, Carlos Eduardo Esteves Lima, foi apresentado aos demais ministros na reunião de coordenação política.
Contudo, segundo Padilha, o presidente Lula não deu nenhuma indicação sobre o nome que deverá ocupar a pasta definitivamente.
Motocross – O ministro do Esporte, Orlando Silva, comentou, em coletiva no Palácio do Planalto, as denúncias apontadas pela edição de VEJA desta semana.
A reportagem revela que Israel Guerra cobrou propina de um corredor de motocross em troca de um patrocínio de 200 000 reais com a Eletrobras.
O desportista Luís Corsini pagou a taxa de sucesso de 40 000 reais ao filho de Erenice.
O ministro afirmou desconhecer os fatos relatados: “Eu ignoro essa informação.
Qualquer tipo de denúncia que for formulada nós vamos apurar com rigor porque não há qualquer possibilidade desse tipo de conduta para prestar apoio ao atleta”.
Segundo Orlando Silva, o patrocínio do governo a atletas é realizado somente por meio de bolsas ou convênios.