Do site Congresso em Foco Antônio Augusto de Queiroz* A duas semanas das eleições gerais surgem os primeiros cenários para a Câmara dos Deputados.
Pelo menos quatro projeções com as futuras bancadas já foram divulgadas: l) do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), 2) do professor David Fleischer, da UnB, 3) da consultoria Patri, e 4) da consultoria Arko Advice.
As projeções indicam que o PT, o PSDB, o PSB e o PCdoB crescem; o PMDB, o PDT, o PP, o PTB, o PPS e o PV sofrem pequenas oscilações para baixo ou para cima; e perdem o DEM e o PR.
As metodologias adotadas são distintas, para cada projeção, tanto na forma quanto no conteúdo.
Quanto à forma, o Diap e a Arko Advice optaram por um intervalo, com previsão de bancada máxima e mínima, em função das coligações e quociente eleitoral.
Já o professor David Fleischer e a Patri resolveram cravar um número para a futura composição da Câmara por partido.
Sobre o conteúdo, o Diap considerou, basicamente, seis aspectos: 1) desempenho individual do candidato (perfil, vínculos políticos, econômicos e sociais, experiência política anterior e serviços prestados), 2) trajetória e popularidade do partido, com base nas últimas cinco eleições), 3) os recursos disponíveis (financeiros e humanos, como financiadores e militantes), 4) coligações e vinculação a candidatos majoritários (senador, governador e presidente), 5) apoio governamental (máquinas municipais, estaduais e federal), e 6) pesquisas eleitorais.
O professor David Fleischer utilizou um critério inovador e muito interessante.
Ele fez suas projeções de bancadas com base no crescimento dos partidos nas eleições municipais.
Para tanto, analisou o desempenho dos partidos nas eleições municipais de 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008 e comparou com seus respectivos resultados nas eleições proporcionais dos anos de 1994, 1998, 2002 e 2006 encontrando simetria plena entre os dois pleitos.
As projeções das consultorias políticas Patri e Arko Advice levaram em consideração, além da expertise de seus consultores, as pesquisas eleitorais, as estruturas de campanha dos partidos e dos principais candidatos à Câmara.
O estudo do Diap, além da previsão nacional dos partidos, também incluiu as bancadas por estado e os nomes dos candidatos com chance de eleição, que serão divulgados ainda no mês de setembro.
A principal conclusão das projeções, caso se confirmem, é que a atual oposição, no conjunto, perde vagas em relação à situação.
Isto significa que, num eventual governo Dilma, a base de apoio será ampliada na Câmara.
Se, eventualmente, o eleito for José Serra, terá uma oposição com poder de veto em relação a propostas de emendas à Constituição, já que excluídos os votos dos partidos de oposição, particularmente os de esquerda e centro-esquerda (PT, PSB, PDT, PCdoB e PSol) não reuniria 308 votos. *Jornalista, analista político, diretor de Documentação do Diap e autor dos livros “Por dentro do processo decisório – como se fazem as leis” e “Por dentro do Governo – como funciona a máquina pública”.
PROJEÇÃO DIAP DAVID FLEISCHER PATRI* ARKO ADVICE BANCADA ELEITA EM 2006 BANCADA ATUAL (3) Partido Min.
Max.
Min.
Max. - - PT 85 110 98 94 90 105 83 79 PMDB 75 100 102 98 90 100 89 90 PSDB 55 70 58 68 55 70 66 59 DEM 38 53 48 48 40 50 65 56 PR (1) 23 40 21 32 35 42 25 41 PP 35 45 37 38 35 50 41 40 PSB 30 40 35 30 35 45 27 27 PTB 17 30 20 19 25 30 22 22 PDT 20 32 27 22 40 40 24 23 PSC 7 12 - 13 - - 9 16 PV 10 15 - 14 18 25 13 14 PPS 15 20 14 10 10 18 22 15 PCdoB 12 18 - 12 15 20 13 12 PRB 3 8 - 6 - - 1 7 Outros (PSOL, PTC, PMN, PHS, PTdoB, PAN, etc) 7 30 - 9 - - PTC – 3 PSOL – 3 PMN – 3 PHS – 2 PTdoB – 1 PAN (2) - 1 PTC – 2 PSOL – 3 PMN – 3 PHS – 3 PTdoB – 1 PAN (2) - 0 Fonte: Diap – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar *Atualizada em 16/09/2010 (1) – PRONA e PL se fundiram, formando o PR (2) – Incorporado ao PTB (3) – Considera apenas o titular ou suplente no exercício do mandato