Dados recolhidos pelo projeto Excelências da Transparência Brasil (www.excelencias.org.br) mostram que os rumores a respeito de uma crise na arrecadação de recursos para campanhas eleitorais não se verificam entre os parlamentares em exercício nas principais Casas Legislativas brasileiras e que são candidatos nas eleições de 2010.
Até 14 de setembro, o montante arrecadado por esses parlamentares já atinge 75% do total de financiamento eleitoral recebido por eles em 2006, somando R$ 592.428.556.
Câmara e Senado representam sozinhos 62% desse montante.
Os recursos dos senadores candidatos mais do que dobraram com relação a 2006, indo de R$ 54.807.453 para R$ 129.382.748 (aumento de 136%).
Desse montante, 4% são resultado de doações feitas pelos próprios parlamentares às suas campanhas.
Na Câmara, verificou-se uma variação de 2% no financiamento eleitoral: em 2006, foram obtidos R$ 233.923.008, enquanto as parciais de 2010 somam R$ 237.588.329.
As autodoações representam 13%.
Nos níveis estadual e distrital, todas as Casas alcançaram pelo menos metade do montante recebido em 2006.
O destaque fica por conta dos parlamentares candidatos do Amapá, cuja arrecadação mais do que dobrou: a proporção entre a parcial de 2010 e o montante de 2006 é de 230%.
Os deputados estaduais candidatos que mais doaram às próprias campanhas são os do Acre: 76% do total recebido em 2010 são referentes a autodoações.
Entre os vereadores das capitais eleitos em 2008 que tentam ascender aos níveis estadual e federal em 2010, o aumento no levantamento de recursos eleitorais chegou a 2471% - caso de Teresina (PI), em que sete vereadores disputam cargos neste pleito.
Em João Pessoa (PB), os vereadores candidatos são responsáveis por 70% do financiamento eleitoral.
Restando ainda dezessete dias para o primeiro turno, é provável que os recursos eleitorais da maioria dos parlamentares candidatos em 2010 superem os obtidos há quatro anos.
O relatório completo pode ser acessado em https://www.excelencias.org.br/docs/Parciais2010.pdf .