Lideranças do PSDB no Congresso Nacional se reunirão nesta terça-feira (14) com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Participaram do encontro os líderes do PSDB e da Minoria na Câmara, deputados João Almeida (BA) e Gustavo Fruet (PR), respectivamente, além do senador Alvaro Dias (PR), vice-líder tucano no Senado.
A audiência foi solicitada pelos parlamentares para protocolarem pessoalmente representação na qual exigem que o Ministério Público da União investigue denúncia feita pela revista “Veja” envolvendo o filho da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.
Também foi requerido que a investigação seja estendida aos familiares dela e a empresas privadas suspeitas de envolvimento no tráfico de influência no governo federal.
Além da representação do PSDB, Alvaro Dias apresentou hoje, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, requerimento pedindo a convocação da ministra Erenice para dar explicações.
De acordo com a reportagem publicada na edição desta semana, com o apoio da mãe, Israel Guerra comandava um suposto esquema de lobby para atrair empresários interessados em negócios com órgãos públicos.
Ele cobrava, segundo a revista, uma “taxa de sucesso” de 6% sobre os valores dos contratos assinados.
O esquema teria ocorrido no período em que a candidata à Presidência da República do PT ainda chefiava a Casa Civil.
Na época, Erenice ocupava o cargo de secretária executiva e era considerada “braço direito” de Dilma Rousseff.
Para o líder João Almeida, essa é mais uma evidência de que existe um esquema criminoso em órgãos do governo petista. “Trata-se de mais um indício de que o PT tem uma quadrilha atuando em cada área do governo, inclusive dentro da Casa Civil.
A coisa é mais grave do que parece, pois aconteceu dentro de um órgão que é o coração do governo.
Isso é trágico e antirrepublicano”, afirma.
Para ele, as denúncias são graves e precisam ser investigadas o quanto antes.
O líder do PSDB considera impossível que Erenice e Dilma não tivessem conhecimento do esquema. “Vamos mais uma vez pedir investigação e esperar que o procurador-geral da República tome as medidas cabíveis”, avisa.
O parlamentar acredita que o tráfico de influência comandado pelo filho da ex-braço direito de Dilma vai além das denúncias feitas pela revista. “Em Brasília já se ouvia falar sobre as tramas dele e agora a verdade sobre os fatos vão começando a aparecer”, destaca.
No PT, o discurso é o de que Erenice não cometeu qualquer irregularidade ética ou administrativa.
Já a atual chefe da Casa Civil nega as acusações. “Realmente para o padrão ético do PT não houve nenhum desvio.
Mas para o padrão ético real, é um desvio de conduta e de ética intolerável e inaceitável para o agente público.
Vemos cinismo em excesso”, condenou Almeida.
Gustavo Fruet também defende a apuração das denúncias. “É mais um caso que não vai ter uma resposta da Polícia Federal e do Judiciário como se espera.
A única alternativa é uma atitude firme do procurador-geral da República para que não seja mais um caso em que uma ou outra pessoa será afastada, mas a prática irá continuar.
Esse fato comprova que hoje não existe um projeto de governo, mas sim um projeto de poder”, reprovou.