O promotor de Justiça aposentado Miguel Sales entrou com uma representação na Associação do Ministério Público de Pernambuco contra o procurador-geral de Justiça, Paulo Varejão, por conta de declarações feitas contra sua atuação no Caso Serrambi.
Ao tomar conhecimento do fato, pelo Blog de Jamildo, mais cedo, Varejão disse ver na atitude do promotor aposentado “mais uma tentativa de continuar na mídia em proveito político próprio, como vem fazendo há anos, inclusive quando estava no exercício do honrado cargo de uma das mais respeitáveis instituições deste País, o Ministério Público de Pernambuco”, bateu.
De acordo com Varejão, prova disso é que Miguel Sales mais uma vez escolheu o forum inadequado para discussões desta ordem. “Eu esperava que esse promotor aposentado fizesse uma representação contra mim no Conselho Nacional do Ministério Público ou na própria Justiça, para que eu tivesse a oportunidade de mostrar o quanto sua atuação como promotor da Comarca de Ipojuca foi nociva à Justiça e à imagem do Ministério Público”, argumentou o procurador-geral.
Varejão ainda salientou que “em nenhum momento Miguel Sales foi afastado da Promotoria de Ipojuca, em respeito ao princípio da inamovibilidade consagrado aos membros do Ministério Público”.
O procurador-geral disse, ainda, que o que houve na verdade foi a promoção por antiguidade, por ele requerida ao Conselho Superior do Ministério Público, para a Promotoria de Justiça de Camaragibe, à época da gestão do procurador-geral anterior. “Mesmo tendo sido promovido, Miguel Sales continuou na Promotoria Cível da Comarca de Ipojuca, porque assim pediu ao procurador-geral que me antecedeu e lá o mantive no início da minha gestão.
Todavia, tendo em vista as idas e vindas do inquérito do rumoroso Caso Serrambi da Promotoria à Polícia Civil e à Polícia Federal, decidi colocar mais dois colegas promotores para atuarem conjuntamente com Miguel Sales, os quais chegaram a conclusões totalmente diferentes do senhor Miguel Sales”, explicou Varejão.
O procurador-geral acrescentou que “o que causou estranheza foi o fato de Miguel Sales ter requerido a revogação da prisão preventiva decretada contra os dois réus, o que ele não poderia ter feito neste caso, haja vista que, eticamente, deveria ter respeitado a posição de outros dois promotores de Justiça, Salomão Abdo e Ricardo Lapenda”.
Por fim, Varejão disse que “o próprio Miguel Sales requereu aposentadoria, sendo certo que, acaso tivesse havido qualquer ‘pressão’ neste sentido, teria procurado a mídia para se defender, o que nunca o fez”.
O procurador-geral finaliza lembrando que “o problema é que da mesma forma que Miguel Sales faltou com a verdade no Caso Serrambi, o faz agora em relação à promoção de Ipojuca e quanto à sua aposentadoria”.