Alegando que estava atrasado para tomar seu avião de volta para Brasília, o ministro da Fazenda cancelou a coletiva de imprensa que havia sido convocada para depois de sua palestra.

O assunto era pergunta obrigatória depois que, no mesmo dia em que foi divulgado o vazamento dos dados de mais um parente de José Serra, o genro Alexandre Burgeois, o candidato a presidente tucano defendeu a demissão imediata do secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, além de ter atacado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a candidata Dilma Rousseff (PT), dizendo que ambos deveriam pedir desculpas pelos problemas no Fisco.

Guido Mantega mostrou-se incomodado com a declaração dada pelo presidenciável José Serra (PSDB), que cobrou explicações do chefe da pasta e sugeriu uma visita dele ao Congresso para falar sobre as denúncias de vazamentos na Receita.

Ao ser questionado sobre o assunto, Mantega foi ríspido. “Não estou aqui para falar desse assunto”.

Em seguida, encerrou imediatamente a conversa com os jornalistas e se retirou do palco.

O presidente Lula é useiro e vezeiro na estratégia de driblar a imprensa, depois de atuar como animador de auditório Brasil afora.

Nestas condições, pode falar o que vier a cabeça sem ser contraditado.

Guido ainda teve a capacidade de criticar a imprensa brasileira. “Nesta época eleitoral, é melhor ler a imprensa estrangeira.

Eles trazem matérias positivas sobre o Brasil”, afirmou.

Citou uma matéria do Wall Street Journal dizendo que a economia expandia-se robustamente e uma outra do Times falando que o Brasil conseguia ter uma visão radiante do crescimento sem inflação alta.