Mesmo em meio a um roteiro geral de adulações com o ministro da Fazenda na Fiepe, o governador Eduardo Campos encontrou espaço para uma cobrança ao auxiliar de Lula.

O governador disse que era importante, em um próximo governo, fazer a desoneração do transporte público de passageiro, sob pena de as grandes cidades perderem cada vez mais qualidade de vida, com o crescimento da economia particular.

Para exemplificar a situação, citou dados já divulgados aqui pelo deputado estadual Pedro Eurico, autor de um projeto de lei propondo o rodízio de carros na RMR. “Neste ano, já temos 100 mil automóveis novos rodando em Pernambuco.

Destes, 66 mil são na Região Metropolitana do Recife.

Assim, não temos mais espaço para postergar a questão da mobilidade urbana”.

Eduardo teve a coragem de dizer que o PAC não encampou essas obras e que somente agora com o advento da copa eles foram contemplados por programas federais.

Numa ironia fina, para um político paulista como ouvinte, Eduardo citou que o governo Federal teve a coragem de tirar impostos para a compra individual de veículos, mas ainda não o fez para o transporte público.

A redução de impostos pode baratear a passagem dos coletivos ou metrôs.

Com um preço mais em conta, gente que anda hoje de bicicleta ou a pé poderia andar em transporte público.

Com este novo patamar, que significa mais receitas, os empresários do setor poderiam buscar mais financiamentos para melhorar o transporte ou mesmo participar de projetos na área, como corredores de transporte nas grandes cidades. “Hoje, não temos demanda de passageiros que justifique o investimento”, frisou.

Eduardo defendeu que as medidas sejam discutidas e adotadas ainda neste governo, de modo a que possam ser colocadas em prática o quanto antes. “Acho que, eleita, o ponta pé será de Dilma”, torceu, como aliado da ministra-candidata.