No blog de Josias Divulgada na noite de sexta (3), a novidade eletrificara o petismo: Antonio Carlos Atella, o falso procurador de Verônica Serra, é filiado ao PT.

O mandachuva José Eduardo Dutra levou o pé atrás.

Achou tudo muito “estranho”.

Mandaria averiguar.

Dia seguinte, manhã de sábado (4), o presidente do PT-SP, Edinho Silva, veio aos holofotes para informar o resultado da inspeção.

Atônio Carlos, de fato, tentara filiar-se ao PT no ano da graça de 2003.

Mas um erro ortográfico impedira a concretização do ato.

Segundo Edinho, grafara-se o sobrenome do sujeito incorretamente: Em vez de Atella, “Atelka”.

O comitê de Dilma Rousseff respirou aliviado.

Durou menos de 48 horas o sossego.

Nesta segunda (6), a chefe do cartório da 183ª Zona Eleitoral da comarca de Ribeirão Pires (SP) expediu uma certidão.

Chama-se Fabiana Gonzalez Mendes.

Anotou no documento o seguinte: 1.

Antonio Carlos Atella é, sim, filiado ao PT.

Seu “registro de filiação” é datado de 20 de outubro de 2003.

Ali, Atella é Atella mesmo.

Nada de “Atelka”. 2.

A filiação de Antonio Carlos ao PT foi anotada nos livros da 217ª Zona Eleitoral de Maua (SP). 3.

Em 10 de abril de 2006, requereu-se a transferência do registro de filiação para a comarca de Ribeirão Pires (183ª Zona Eleitoral). 4.

Em 21 de novembro de 2009, a anotação de filiação ao PT foi excluída pelo TSE (Tribunal superior Eleitoral). 5.

Por quê?

A exclusão ocorreu “em virtude de constar zona eleitoral incorreta para o eleitor [Antonio Carlos Atella] na lista interna do partido [PT]”. 6.

Não há vestígio de “pedido de desfiliação” encaminhado pelo PT à zona eleitoral de Ribeirão Pires.

Para a Justiça Eleitoral, Antonio Carlos ainda é do PT.

Ou seja, o neoaloprado que retirou ilegalmente, no balcão da Receita em Santo André (SP), cópias de declarações de IR da filha de Serra é mesmo petista.

A versão construída pelo partido de Dilma desce à crônica da eleição como uma mentira.

Ou, por outra, uma verdade que esqueceu de acontecer.