No Blog de Josias Depois de tirar o sábado para pajear a filha Paula, que está na bica de dar à luz Gabriel, seu primeiro neto, Dilma Rousseff reapareceu neste domingo (5).
Deu as caras em Brasília.
Gravou novas peças para a propaganda de TV.
Depois, submeteu-se a uma entrevista.
Além dos repórteres, usualmente incômodos, Dilma foi importunada por uma mosca.
Um inseto convencional –desses que farejam odores—, não do tipo azul, que pica os políticos, inoculando neles a obsessão pelo poder.
Dilma foi inquirida sobre um tema que, na conjuntura dos últimos dias, tornou-se incotornável: a violação do sigilo fiscal dos tucanos.
Repisou: o crime do fisco não lhe diz respeito.
Não estava na disputa em 2009, quando o malfeito foi praticado. “Eu não era candidata, não era pré-candidata, não tinha candidatura nem pré-candidatura”, disse.
Com essa frase, Dilma sujeitou-se aos perigos da meia verdade.
Realçou justamente o pedaço inverídico.
De fato, não era candidata oficial em 2009.
Mas Lula a expusera na vitrine da sucessão havia quase dois anos.
Lero vai, lero vem Dilma borrifou no ar a logomarca de um jornal –O Estado de Minas— e o nome de um jornalista –Amaury Ribeiro Jr..
Amaury era funcionário do diário mineiro.
Nessa condição, realizara uma apuração que envolvia José Serra e seus arredores.
Foram à alça de mira personagens que, sabe-se agora, tiveram os sigilos fiscais violados no ano passado.
Entre eles: a filha de Serra, Verônica; o dirigente tucano Eduardo Jorge; o ex-ministro de FHC Luiz Carlos Mendonça de Barros; o ex-diretor Internacional do BB e ex-coletor de arcas de campanhas de Serra, Ricardo Sérgio; e o marido de uma prima de Serra, Gregório Preciado.
Pois bem.
Na entrevista deste domingo, Dilma instou os repórteres a questionarem o jornal de Minas sobre as razões que levaram Amaury aos calcanhares dos tucanos.
Abra-se aqui, por oportuno, um parêntese.
Dilma absteve-se de recitar em público um nome que ela e toda a cúpula do PT repetem em privado: Aécio Neves.
Nos subterrâneos do petismo, difunde-se a versão de que Serra é alvo de “fogo amigo”.
Coisa urdida por Aécio Neves, não pelos operadores do PT.
O time de Dilma acomoda a gênese da encrenca sobre o pano de fundo da disputa que Aécio travara, no ano passado, com Serra.
Os dois mediam forças pela vaga de presidenciável do PSDB.
Na versão do PT, interessava a Aécio, não a Dilma, desgastar Serra.
Supostamente vinculado a Aécio, O Estado de Minas teria pautado Amaury sob inspiração do então governador tucano de Minas.
Fecha parêntese.
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