Na Folha Online Está em formação uma onda governista, mas não petista, na eleição para o Senado.
Nas 54 vagas em disputa, a maioria dos favoritos está alinhada à presidenciável Dilma Rousseff (PT) em detrimento do seu concorrente direto, José Serra (PSDB).
Segundo pesquisas disponíveis, há 66 candidatos em primeiro e segundo lugar na corrida pelas 54 cadeiras de senador.
O Senado tem 81 cadeiras, mas 27 senadores têm ainda mandato até 2015.
Entre os 66 favoritos, 42 se declaram pró-Dilma e só 22 apoiam Serra.
Quando se consideram apenas os candidatos que estão em primeiro lugar, Dilma tem 20 nomes a seu favor.
Serra conta com 6.
Apesar da ampla adesão à petista, seu partido não deve fazer uma bancada muito maior em relação à atual.
O PT tem no momento oito cadeiras no Senado.
Em tese, pode ir a 16.
Mas a direção partidária espera chegar a 12.
A contenção da onda vermelho-petista se dá por conta da estratégia adotada pelo presidente Lula.
Em muitos Estados, o Planalto impôs ao PT privilegiar aliados em nome da aliança no nível federal a favor de Dilma.
O avanço comedido dos petistas não impedirá que a composição da Câmara Alta do país seja mais governista.
Há hoje uma mudança de método.
Nas duas vitórias de Lula (2002 e 2006), o PMDB nunca esteve associado ao PT na largada.
Agora, a maioria dos peemedebistas usa oficialmente a imagem do presidente e de Dilma em suas campanhas.
A adesão se dá antes da eleição.
O PMDB deve novamente fazer a maior bancada do Senado, podendo sair dos atuais 17 e chegar até a 22 –dos quais pelo menos 16 são dilmistas assumidos.
Outros partidos com candidatos competitivos ao Senado e favoráveis a Dilma são PSB, PDT, e PR (até cinco cadeiras cada a partir de 2011).
Somadas também as siglas de menor expressão, a bancada governista pró-PT pode superar 50 cadeiras.
Para alterar a Constituição são necessários três quintos dos 81 senadores –49 votos.
Com 50 senadores ao seu lado, Dilma terá amplo poder.
Já a oposição, hoje quase circunscrita ao PSDB e ao DEM, terá 27 cadeiras se tudo der certo para essas duas siglas –o que parece improvável.
Os tucanos têm chance de ir a 16 vagas.
Os demistas, a 11.
Mas a maioria dos nomes competitivos dos oposicionistas está em segundo lugar –muitas vezes perseguidos de perto por lulistas.
Apesar de faltarem 30 dias para a eleição, as previsões sobre o Senado devem ser analisadas com cautela, porque o voto para o Congresso tende a se cristalizar em cima da hora.
Em 2006, Eduardo Suplicy (PT) tinha 40% ou mais em todas as pesquisas no início de setembro, e Afif Domingos (PFL, hoje DEM) estava sempre na faixa de 15% ou abaixo.
No dia da eleição, o petista foi eleito com 48%, mas teve o pefelista no seu encalço com 44%.