Sobre a NOTA DE REPÚDIO E ALERTA da Frente Popular, declaro o seguinte: Preocupa-me o tom ameaçador utilizado pela Frente Popular, do candidato Eduardo Campos, contra os manifestantes que exerceram legítima e democraticamente o seu direito de reunião e a sua liberdade de expressão.

O fato de o protesto ter tido a presença, ou mesmo ter sido organizado por militantes da Coligação PERNAMBUCO PODE MAIS, não invalida ou deslegitima o protesto; os militantes não deixam de ser cidadãos, porque apóiam este ou aquele candidato.

Sabemos que os principais atos públicos do país, seja o movimento da Diretas, os protestos a favor do impeachment de Collor, ou mesmo os protestos de Fora FHC sempre contaram com participação de militantes de partidos.

Não houvesse suspeitas de uso da máquina em favor da candidata Dilma, conforme apurado em reportagem da Folha de Pernambuco, não haveria nenhum protesto da sociedade civil.

O governo tem que ser cobrado pela sociedade e não pode reclamar disto; tem que ter grandeza e saber ouvir; ouvir e tomar as providências cabíveis, em prol da moralidade e do respeito ao patrimônio público e ao processo eleitoral.

Dizer que que esse ato “pode ser o prenúncio de escalada de violência, agressividade e calúnias” da nossa coligação é algo perigoso, pois mostra o desequilíbrio do grupo político do governador, revela temor infantil de quem não é afeito à democracia, arrogância dos que não aceitam ser contestados, não aceitam ouvir protestos.

Não houve nenhuma depredação ao patrimônio, não houve nenhuma agressão física a ninguém; a manifestação ocorreu do lado de fora e não houve nenhum movimento de pressão para adentrar o Palácio.

Por que uma miniatura de caminhão dói tanto?

Qual a verdade que ela exibe, e que querem esconder do grande público?

A denúncia de utilização em campanha da candidata Dilma de veículos a serviço do Estado.

Quanto a distribuir panfletos na frente do Palácio, saibam os sequazes do governador que a calçada é o passeio público, não é propriedade do Palácio, momentaneamente ocupado por Eduardo Campos; se seguirmos o raciocínio delirante da Frente Popular (cuja arrogância faz com que vejam uma escalada de violência em um protesto pacífico de algumas dezenas de jovens e queiram cercear o uso das calçadas pelos cidadãos, para que não façam panfletagem nas mesmas), talvez o melhor seria o governador mandar levantar barricadas na frente do Palácio, pois que o seu governo de fachada e de propaganda não é capaz de ouvir a voz das ruas e a voz da juventude - e que, por mais que queira tapar os ouvidos e calar as vozes dos opositores, reverberam em sua própria consciência.

Alertamos o governador para que não use de truculência com os manifestantes; que mande um dos seus assesores proferir umas palavras à guarda do Palácio sobre o que é a democracia, o que é a liberdade de expressão e o direito de reunião; para que não se repitam as vergonhosas cenas vistas no DF, quando a cavalaria pisoteou estudantes que protestavam contra o então governador Arruda.

Quanto ao apelo na nota aos pais que “tendo seus filhos como militantes devem cuidar para dar-lhes adequada formação política”, afora a semelhança com o discurso direitista da década de 60, lembramos à Frente Popular que não vivemos ditadura de partido único; o que vem a ser “formação política adequada”?

Seria a dos jovens que são cooptados pelo poder, pelos partidos que apóiam este governo, e inclusive fazem com que o movimento estudantil passe por uma fase de apatia e descrédito poucas vezes vista?

Quanto à afirmação de que a Frente Popular “continuará no firme propósito de respeitar o povo de Pernambuco e suas autoridades”, é preciso não esquecer que todo poder emana do povo; as autoridades não estão acima do povo; e que não se pode cercear o direito de protesto - desde que pacífico, como foi - contra algo que, se comprovado, fere o patrimônio e o interesse públicos.

Conclamo a imprensa para que não se intimide e siga noticiando tudo que for relativo à denúncia de utilização da máquina do governo à serviço da candidatura de Dilma, ou outras que possam surgir nesta reta final de campanha.

Marlos Magalhães Porto Candidato a deputado federal pela coligação Pernambuco Pode Mais