Na Veja O candidato tucano à Presidência, José Serra, aproveitou a entrevista concedida ao Jornal da Globo para criticar a quebra de sigilo fiscal de sua filha, Verônica.
Ele definiu a violação como um “ato criminoso” e voltou a falar em “jogo sujo” por parte do grupo da adversária Dilma Rousseff (PT).
Serra comparou o caso à estratégia de campanha de Fernando Collor contra Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989.
Na época, Collor resgatou a história de que Lula teria pedido à então namorada que fizesse um aborto.
O candidato do PSDB ironizou: “Dilma está repetindo o que o Collor fez.
E mais: o Collor está do lado dela – quem sabe ele tenha transferido a tecnologia”.
O candidato também afirmou que os dados de sua filha já estavam sendo usados por “blogs sujos” na internet desde o ano passado, para chantageá-lo.
E desqualificou a alegação da Receita Federal de que o acesso aos dados fiscais foi feito a pedido da própria Verônica Serra. “É mentira descarada”, atacou.
O tucano não foi perguntado sobre o tema; abordou o assunto por conta própria, quando indagado sobre o mensalão do DEM em Brasília.
A entrevista foi veiculada no início da madrugada desta quarta-feira.
Postura – Serra negou que sua campanha seja pouco incisiva nas críticas ao governo Lula.
Disse que seu partido não age na base do “Quanto pior, melhor”.
O candidato afirmou que o PT é quem adotou essa postura, quando se opôs a Tancredo Neves, à Constituição de 1988, ao Plano Real e à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Serra disse não se incomodar com a queda nas intenções de voto: “Pesquisa é fotografia.
A campanha está acelerando agora”.
O candidato tucano também falou de economia: afirmou que não pretende fazer novas privatizações.
Criticou a alta taxa de juros, que classificou como “sideral”.
Evitou comentar uma postura intervencionista em seu eventual governo.
Disse apenas que vai priorizar a geração de empregos.
Quando perguntado sobre o mensalão do DEM, o tucano tentou diferenciar o escândalo do mensalão do PT – só no primeiro caso, disse Serra, os principais envolvidos foram expulso do partido.
E voltou a classificar o governo da Bolívia de conivente com o tráfico de drogas. “É impossível que o governo boliviano não seja cúmplice”, afirmou.