Do Congresso em Foco Os senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) rejeitaram nesta quarta-feira (1º) requerimento para convocar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para prestar esclarecimentos sobre a quebra de sigilo fiscal da empresária Verônica Serra, filha do candidato à presidência da República José Serra (PSDB).

Apresentado pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o pedido acabou derrubado pela maioria governista na comissão - 11 votos a oito.

Segundo o jornal Folha de S.

Paulo, o acesso ocorreu na região do grande ABC, em São Paulo.

A reportagem do jornal aponta que o acesso ocorreu na mesma agência onde os dados de outras quatro pessoas ligadas a Serra também foram pesquisados.

Segundo o periódico, a informação foi confirmada à Folha pela própria servidora que realizou o acesso, a analista tributária Lúcia de Fátima Milan.

Lúcia disse que acessou a declaração de renda a pedido da própria Verônica e que registrou a solicitação em cartório.

O PSDB nega que a filha do presidenciável tenha autorizado a quebra do sigilo.

Durante a sessão, houve uma proposta conciliatória que não foi para a frente.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) propôs que Mantega fosse convidado.

O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), teria a missão de costurar uma data com o ministro.

Eduardo Suplicy (PT-SP), falando pelo bloco governista, concordou com a sugestão, colocando que seria interessante a sessão ocorrer antes das eleições.

No entanto, a oposição não aceitou a sugestão.

Somente faria o acordo se a reunião fosse amanhã às 10h.

Como não houve acordo, o requerimento acabou indo para o voto.

Com maioria governista, o pedido foi rejeitado.

O senador tucano, então, tentou voltar atrás e pediu que o convite fosse analisado.

O líder do governo barrou a proposta na hora. “Nós tentamos um acordo e a oposição não aceitou.

Nós jogamos o jogo e ganhamos.

Agora não tem mais convite”, afirmou Jucá.

Durante a discussão, ele afirmou que a Receita Federal vai apresentar hoje os documentos que, na visão do governo, comprovam a autorização de Verônica para que o sigilo fosse acessado.

A discussão chegou a ter momentos de embate entre base aliada e oposição.

Para Alvaro Dias, o governo “quer enrolar, deixar para depois da eleição”.

Segundo ele, existe um possível novo crime na questão apresentada. “O candidato José Serra disse ontem em entrevista no SBT que sua filha não assinou documento algum.

Há marginais da política no submundo desse governo.

Tudo indica que o documento foi falsificado”, disparou. “Espero que a oposição peça desculpas. É uma tentativa eleitoral de criar um fato no desespero”, retrucou Jucá.