A situação dos cantineiros que atuam no edifício-sede da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) foi levada ao plenário da Câmara Municipal do Recife, na tarde de hoje (30/08).

A vereadora Aline Mariano (PSDB) cobrou do prefeito João da Costa (PT) explicações acerca das medidas que serão tomadas em favor desses trabalhadores.

Na avaliação da parlamentar, o prefeito agiu de forma truculenta e insensível. “Não é só chegar e avisar que vai sair.

Eles estão ali há pelo menos trinta anos.

São pais de família que precisam sobreviver.

Essa gestão tem tratado os trabalhadores sem o menor respeito”, colocou Aline.

Os trabalhadores das cantinas que atuam no prédio da prefeitura terão que deixar ainda hoje o espaço.

A notícia do despejo veio da Secretaria de Administração que, em documento protocolado aos cantineiros, avisou que eles deveriam sair devido ao projeto de requalificação do prédio, que passa por obras de adequação e modernização de sua infra-estrutura. “Soubemos dos próprios cantineiros que a PCR se esquiva de qualquer compromisso com eles, bem como com os cerca dos outros 50 comerciantes que ficavam no subsolo da PCR com suas barraquinhas de artesanatos e também tiveram que deixar as instalações da PCR.

Não sou contra a requalificação do edifício, apenas não concordo com essa forma descabida de despejar trabalhadores dos seus locais de trabalho”, explicou a tucana.

A Circular Interna da administração foi entregue aos trabalhadores com a ressalva de que eles estavam ocupando as instalações da PCR de forma irregular, tratando-se, portanto, de uma invasão do prédio da prefeitura.

Também, por parte da PCR, há o entendimento de que as cantinas não atendem aos requisitos de segurança do Corpo de Bombeiros. “É bom que se diga que muitos estão ali há mais de trinta anos.

São país de famílias, pessoas honestas, batalhadoras que usavam o prédio até porque tinham autorização para isso.

Existe uma ordem de ocupação do local assinada pelo secretário de Administração de 1991, liberando o acesso dos cantineiros.

Portanto, não há invasão.

Essa atitude do senhor prefeito João da Costa é arbitrária. É desumana”.

Revoltada, Aline lembrou casos semelhantes, afirmando que a falta de respeito com os trabalhadores tem sido uma constante nessa gestão. “Lembram da retirada dos ambulantes da orla de Boa Viagem, em 2008, quando foi proibida a comercialização de produtos como camarão, caldinho, cachorro-quente…?

Outro caso mais recente foi à retirada de 17 barracas que ficavam no entorno do edifício Holiday, á poucos dias”, recordou.

Por fim, Aline questionou o que estava sendo feito em prol desses trabalhadores?

Para onde eles seriam levados e qual o tipo de ajuda oferecida pela PCR.

Disse que ainda hoje encaminharia um Pedido de Informação com todos esses questionamentos.

Aline provocou os governistas presentes à sessão plenária, mas nenhum deles se pronunciou sobre o fato.