Por Eliane Catanhade, na Folha de São Paulo de hoje BRASÍLIA - A onda Dilma vira tsunami e, depois de chegar à praia presidencial, tende a se espalhar pela estadual.
Quanto mais a onda Dilma atrai os eleitores (não só os indecisos, mas até os de Serra e de Marina), mais gera pânico na oposição nos Estados.
Os candidatos tentam salvar a própria pele, e histórias da correria do PPS e do próprio PSDB rumo a areias menos movediças surgem por todo canto.
O DEM, coitado, não tem para onde correr.
Do outro lado, cresce a voracidade dos dilmistas desde criancinha, mas eles estão sob controle.
O PMDB?
Já garantiu a Vice-Presidência, vai ganhar contas polpudas nos ministérios e tende a ser um incômodo inofensivo no Executivo.
Dilma vai deixar o pau quebrar é no Congresso, onde o PT irá disputar a presidência da Câmara com o PMDB, desviando o foco do preenchimento de cargos de governo.
Quanto mais se falar de uma, mais vai-se esquecer de outra.
O PT se diz pronto para aguentar o tranco, porque abriu mão dos governos estaduais para o PMDB, como em Minas, e o PSB, como em Pernambuco, para investir em boas bancadas na Câmara e no Senado.
Com o tsnunami, devem vir fortes.
A expectativa, pois, não é só de eleição folgada de Dilma no primeiro turno, mas também a de que navegue tranquilamente no governo.
Com força no Congresso e os 7% de crescimento da economia em 2011, ela vai aprofundar programas assistencialistas e de infraestrutura, para criar empregos e oportunidade para investidores.
Fecha assim o cercosobre a base da sociedade, assalariados e donos do capital.
Tudo isso projeta ausência de oposição, de contraditório, de fiscalização e de crítica.
Lula cuidou bem desse probleminha.
Quebra de sigilo de adversários com quebra de sigilo da Ana Maria Braga é embolar banditismo político com banditismo puro e simples.