Jamildo, O Recife oferece boa oferta de programas culturais e se faz necessário aperfeiçoa-la: Há dois meses assisti uma palestra de Ruy Castro sobre Villa-Lobos, no Centro Cultural Correios do Recife.
Além da palestra, um violoncelista e uma violinista interpretavam músicas do Villa.
Tudo agradava, até criança pequenas incomodarem os presentes chorando ou falando na hora indevida.
Sábado último, no Conservatório Pernambucano de Música, a palestra era de José Miguel Wisnik e Luiz Tatit.
Essa dupla de professores-compositores-pesquisadores-cantores de São Paulo, que pela primeira vez se apresentava aqui, recebeu merecida consagração dos presentes.
Pois tanto no sábado, como ontem, mais uma vez , crianças levadas por pais, que não distiguem o tipo de diversão adequada para seus filhos, perturbaram o espetáculo: corriam nos corredores, choravam, tiravam nossa concentração.
Está na hora de nossos teatro e centros culturais determinarem idade mínima, como acontece em São Paulo.
Assim, quem sair para se deleitar com um espetáculo sofisticado não será importunado por bebê de colo.
Ontem, por exemplo, tinha uma senhora dando de mamar na assistência, que tal?
Eu e muita gente saimos do Conservatório crentes que “Herodes tinha razão”.
Outra coisa: essa rapaziada que sai de casa de bermuda velha, camiseta e sandália havaiana, precisa aprender que evento desse exige uma produção melhor do que o traje de quem sai para ir à padaria.
Civilize-se, recifense.
Nossa cidade é uma metrópole.
Nelson Cunha