Por dever profissional, tive que acompanhar o pool de rádio que a Presidência da República organizou em Petrolina, para que Lula fizesse mais um dia de campanha disfarçada para sua candidata, sob o pretexto de visita técnica às obras no sertão.
Não houve entrevista alguma.
Os radialistas estavam todos de joelhos, em uma espécie de campeonato de bajulação.
Foi algo realmente vergonhoso.
Inacreditavelmente grotesco.
Fiquei com pena dos moradores do interior.
Já vivem nas trevas, sem acesso a uma internet rápida e confiável.
Não contam com jornais de grande circulação.
Depois deste triste episódio, prometo que serei mais condescendente com o que se ouve e vê no Recife.
Mas a percepção é grave.
Rádio is dead!
Se não acreditam no que estou falando, ouçam lá no alto o áudio que publicamos aqui na terça-feira, sempre com exclusividade.
E leia mais abaixo o que escreveu meu colega Valdecarlos, do Blog da Folha.
Radialistas promovem entrevista “chapa branca” e constrangedora com Lula Imagem do Blog da Folha A entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a radialistas de Pernambuco, Piauí e Ceará, ontem pela manhã, no aeroporto de Petrolina, é o que podemos chamar de um constrangedor trabalho “chapa branca”.
Os profissionais que estavam lá para entrevistar o petista em cerca de uma hora de conversa passaram a maior parte do tempo agradecendo aos céus e ao chefe da Nação por estar ali diante do “cara”.
Era um tal de “prazer grande e comensurável”, “Muito obrigado” antes mesmo de iniciar a pergunta.
O ponto alto das gafes foi de um radialista petrolinense que achou pouco todo aquele ritual de babação com Lula e atacou com essa: “Quero evocar aqui o meu governador, o meu amigo Eduardo Campos”.
Tudo bem que Lula realmente é um dos políticos com maior carisma e popularidade já visto nesse País.
Um pobre nordestino que migrou para o Sudeste e se tornou presidente do Brasil sem nunca ter entrado numa universidade.
Mas é um ser mortal e deve ser questionado por todos os acertos e principalmente os erros cometidos pelo seu governo.
Mas isso passou longe dos olhos enfeitiçados dos entrevistadores.
P.S - Talvez esteja aí a razão de vários jornalistas e blogueiros do Recife (leia-se eu e Jamildo Melo, do JC) terem ficado distante dessa entrevista exclusiva para os radialistas em Petrolina.
Fomos proibidos de participar da “sabatina” do bem com Lula.
Do contrário, o enredo dessa agenda poderia sair bem diferente e fora do agrado do petista.