A miopia dos candidatos Por Adriano Oliveira – Cientista Político Para Jon Elster atores podem ser míopes.
E, por consequência, agir irracionalmente.
Declarar alguma coisa é uma ação.
Se o ator não está bem informado, ele pode agir de modo errado.
E falar coisas que não devem.
Por exemplo: criticar resultados de pesquisas eleitorais.
Atores míopes tomam decisões apoiados por crenças falsas.
Deste modo, a ação não trará o benefício desejado.
Os candidatos ao Senado de Pernambuco não devem acreditar que são favoritos.
Se acreditam, estão diante de uma crença falsa, a qual possibilitará uma ação irracional e talvez, por conta da causalidade (crença falsa e ação irracional), percam a eleição.
Maciel, em razão da sua posição estável nas diversas pesquisas e por conta do respeito e admiração que conta junto à parte do eleitorado, tem condições de vencer a disputa eleitoral.
Saliento que respeito e admiração são determinantes do voto encontrados no âmbito emocional do eleitor.
Neste instante, em razão de que 54% dos eleitores pernambucanos ainda não escolheram em quem votar para senador, afirmo que Humberto Costa, Marco Maciel, Armando Monteiro e Raul Jungmann possuem condições de vencer o pleito. É claro que Humberto Costa e Marco Maciel, como já frisei por diversas vezes, partem bem para a disputa.
Ressalto que Humberto tem parte do PT e Lula.
Apoios importantes.
Não desprezo a força “estrutural” de Armando Monteiro no interior.
Aliás, é possível que o voto “MacielMando” venha a predominar em algumas cidades de Pernambuco.
Neste caso, o prefeito ou qualquer outra liderança política pedirá (já pede?) votos para Marco Maciel e Armando Monteiro.
A candidatura Jungmann não deve também ser desprezada.
Ele tem discurso.
Tem o que falar e mostrar.
Tem boa imagem e, me parece, o forte apoio do senador Sérgio Guerra.
Então, por que não acreditar no sucesso eleitoral do candidato do PPS?
Ressalto que as pesquisas mostram constante variação nos percentuais dos candidatos.
Isto é absolutamente normal.
Portanto, as pesquisas não estão erradas.
Mas as interpretações estão.
Diante de um alto percentual de indecisos e da relativa distância do dia de votar, o eleitor ainda não escolheu o seu candidato.
Mas caso tenha escolhido, a escolha ainda não é consistente.
Adriano Oliveira é professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE)