Por Daniel Guedes, do Blog de Jamildo SALGUEIRO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu um tom político aos discursos que fez nesta terça-feira (17) nos dois eventos que participou neste município do Sertão de Pernambuco.

Lula não citou nomes, mas suas falas pregaram a continuidade do governo e criticaram ex-presidentes e o presidenciável tucano José Serra.

Mesmo sem citar a candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, Lula pregou a continuidade em sua fala durante a inauguração da fábrica de dormentes de concreto para a Ferrovia Transnordestina. “O Obama disse: ‘Nós podemos’, e eu digo a vocês: Nós não apenas podemos como gostamos e como queremos continuar governando este país para melhorar o Nordeste e para melhorar o Brasil”, discursou.

Falando em primeira pessoa, Lula disse que queria ganhar as eleições para cuidar do Brasil “como uma mãe”. “Um presidente da República não tem que inventar, ele tem que fazer, ele tem que cuidar das coisas para a qual ele foi eleito, ele precisa cuidar do povo.

Não é a palavra governar, a palavra, neste País, é cuidar.

Eu quero ganhar as eleições para cuidar do meu povo, para cuidar do meu povo como uma mãe cuida do seu filho, cuidando daqueles que mais necessitam, cuidando daqueles mais frágeis, cuidando daqueles que tiveram menos apoio; é pra isso que serve o Estado”, afirmou em sua fala de 25 minutos.

Alguns minutos depois, na inauguração do campus Salgueiro do Instituto Federal do Sertão de Pernambuco, Lula soltou farpas em direção ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Mais uma vez, o presidente não nominou o alvo de sua fala. “Esse País já foi governado por advogados, professores, acadêmicos, empresários.

Não vou dizer a formação de cada um senão vão dizer que estou nominando.

Mas por que este País demorou tanto tempo para fazer o que qualquer ser humano sabia que precisava ser feito: investir em educação? (…) Tivemos muita gente com doutorado, com mestrado em Paris, em Londres, em Harvard que presidiu este País e não fez uma única universidade”.

Lula fez questão de destacar que em seu governo o investimento em Educação saltou de R$ 20 bilhões para R$ 60 bilhões.

Ainda na inauguração da escola técnica, o presidente criticou o ministro da Educação do governo FHC, Paulo Renato de Souza, ex-reitor da Universidade de Campinas (Unicamp). “Como disse o companheiro Fernando Haddad (ministro da Educação), em 1998 um cidadão que tinha sido reitor da Unicamp, em São Paulo, fez uma lei proibindo o Governo Federal de assumir responsabilidade com o ensino técnico”.

O candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) e seu grupo político que vem criticando a Educação no governo Lula também foram alvo. “Quando vocês verem na televisão alguém falando com ódio, falando bravo, xingando a gente, é porque essa gente que governa o País desde que Cabral pôs os pés aqui fez apenas 140 escolas.

Nós, em oito anos, vamos fazer 214 escolas técnicas”.

Lula ainda fez uma última referência a seus adversários. “Essa gente está com medo porque eu posso provar uma coisa.

Posso provar que inteligência não tem nada a ver com a quantidade de anos de escolaridade.

A escola te dá conhecimento, te aperfeiçoa, te especializa.

Mas inteligência é uma coisa que muita gente tem sem nunca ter ido a uma escola. É uma coisa que é um dom de Deus.

E a escola pode aperfeiçoar a sua inteligência”.