O trânsito do Recife é cada vez mais caótico, com a farta oferta de crédito para a compra de carros nas regiões metropolitanas, enquanto o Metro do Recife, inaugurado há 25 anos, com 230 mil passageiros transportados por dia, não conduz nem a metade dos 450 mil passageiros que poderia deixas as avenidas pernambucanas. “A população da cidade paga hoje, com engarrafamentos frequentes, o preço do descaso do passado, sem investimentos.

O trânsito do Recife mostra que não há outra saída do que investir no sistema ferroviário”, explica José Marcos de Lima, superintendente da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) no Recife.

Depois das duas décadas e meia, a empresa organiza uma licitação internacional, prevista para ser lançada em outubro, com o objetivo de comprar 15 novos trens, com investimento de R$ 281 milhões. “Temos 25 trens e o ideal é que a gente tivesse 42 composições.

O governo federal já autorizou o investimento”, informa o superintendente. “Antes desta licitação, o governo Lula já investiu R$ 589 milhões nos últimos oito anos só em Pernambuco”.

Além da melhoria no sistema, está ocorrendo a compra de sete Veículos Leves sobre Trílhos (VLT), em construção em Barbalha, no Ceará.

Eles serão usados na duplicação da interligação do Recife com o Cabo de Santo Agostinho, outra cidade industrial na vizinhança do Recife.

Hoje a linha transporta 25 mil pessoas e, no primeiro ano do VLT, pode transportar até 150 mil, de acordo com as projeções da estatal. “O grande problema é que há demanda reprimida.

Temos linhas e não temos material rodante”, diz José Marcos de Lima.

Com a integração de ônibus, mais pernambucanos poderiam estar trocando o carro pelo metro.

No Recife, 73 linhas de ônibus operam integradas ao metrô.

Com a expansão, a previsão é que o número subirá para 130 linhas integradas. “Com todas as integrações, incluindo a expansão por meio de VLTs até o Cabo, poderíamos estar transportando 250 mil passageiros a mais”, explica o superintendente local.

O governo Federal chegou a repassar R$ 60 milhões para o governo Eduardo Campos construir cinco estações, mas as obras estão atrasadas, por problemas de engenharia.

Nestes dois últimos dois anos, a opção da estatal foi reformar as 25 composições, as mesmas que rodavam há 25 anos. 23 dos 25 já foram climatizados.

De acordo com a estatal, a reforma dos trens e de via permanentes e estações custou cerca de R$ 60 milhões, com recursos do PAC.

Nos planos de expansão, consta o plano de uma nova interligação com a Arena da Copa, o estádio que abrigará os jogos da Copa de 2014 no Estado e que está em construção no município de São Lourenço da Mata, distante 25 quilômetros da capital pernambucana.

Para garantir acesso, o Metrô do Recife será levado até as proximidades do estádio, projeto com capacidade para 46 mil espectadores e orçado em R$ 464 milhões, em um consórcio liderado pela Odebrecht.

Outra expansão planejada prevê a interligação do Recife e Cabo ao porto de Suape, onde estão sendo construídos projetos como a refinaria Abreu e Lima e o Estaleiro Atlântico Sul.

O plano da empresa é comprar mais sete VLTs, em conjunto com o Porto de Suape.

A via férrea também precisa ser recuperada.