O relatório confidencial da Secretaria Especial da Controladoria do Estado obtido com exclusividade pelo Blog de Jamildo aponta que não houve sucesso no corte de despesa previsto no acordo com o Estado, via UPE, Sectma e Secretaria de Saúde.
O documento diz que o HUOC só fez economia de remédios, entre uma lista de medidas que teria que ser adotada para a redução de custos. “Não ficou demonstrada qualquer planilha com redução de custos”, informam. “Assim, se cumprir o compromisso de redução de gastos, continuará ocorrendo deficit financeiro no HOUC”.
O rombo gira em torno dos R$ 4,3 milhões.
A situação mais engraçada é mesmo a promessa de criação dos novos leitos.
No acordo com o Estado, o hospital recebeu R$ 7 milhões para a criação de 120 novos leitos.
O dinheiro deveria chegar em dez parcelas e a unidade tinha que colocar em funcionamento no mínimo 50% dos leitos contratados em 90 dias.
Em uma primeira avaliação, o hospital teria criado 76 novos leitos, com base em informações de outubro de 2009.
Ocorre que a Secretaria de Saúde foi lá, fez um estudo em novebro de 2009 e constata que, na verdade, houve uma redução de 187 leitos e não a contratação de 76 novos. “Ocorreuem 2009 uma redução de 30% na média de internações para cirúrgia oncológica”, explicam os técnicos, em dado trecho do documento confidencial.
No que se refere às despesas, a situação é igualmente engraçada.
Pelo acordo, o Estado teria que repassar, como repassou, R$ 4,5 milhões para apoio administrativo e operacional, serviço de limpeza e manutenção predial, em 10 parcelas.
Em contrapartida, o HUOC deveria cortar despesas correspondentes a 43% do seu déficit estrutural e não gerar mais deficits mensais a partir de março de 2009.
O que ocorreu?
De acordo com o relatório confidencial da Secretaria Especial da Contrladoria do Estado, não foram cortadas despesas nem saneado nada.
No caso, o HUOC teria que cortar despesas equivalentes a R$ 342 mil por mês, ou 43% do déficit estrutural.
O défict mensal do hospital era de cerca de R$ 800 mil por mês.
Com a palavra os auditores do Estado. “No período de março a dezembro de 2009, em que as responsabilidades deveriam estar sendo executadas, o acréscimo médio da despesa liquidada foi de 71% sobre novembro de 2008”.
Os técnicos citam como principal exemplo o acréscimo de valores liquidados nos contratos com a empresa Adlim, que cuida justamente da parte de limpesa e conservação.
Entre janeiro e fevereiro de 2009, houve um acréscimo de 39% nos gastos se comparado com novembro e dezembro de 2008.