A implantação da rede de esgoto reflete positivamente na qualidade de vida do trabalhador gerando o aumento da sua produtividade e da renda, além de contribuir para a valorização dos imóveis.

A pesquisa “Benefícios econômicos da expansão do saneamento básico”, encomendada pelo Instituto Trata Brasil e realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela que a renda média e a produtividade do trabalhador em Pernambuco cresceriam 4,4% com a universalização da rede de esgoto.

Segundo a pesquisa, apenas 37,3% dos moradores do Recife são atendidos pela rede de esgoto.

A capital pernambucana ocupa a 48ª posição no ranking Trata Brasil que lista a situação de 81 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes. “A evolução do setor é inquestionável, mas o déficit continua.

Os investimentos precisam se crescentes para reduzir o número de brasileiros que ainda não tem acesso ao saneamento básico”, esclarece o presidente do instituto, André Castro.

Por outro lado, ao ter acesso à rede de esgoto, um pernambucano aumenta sua produtividade em 4,4% permitindo assim o crescimento de sua renda na mesma proporção.

A estimativa é que a massa de salários em Pernambuco, que hoje gira em torno de R$ 28,51 bilhões, tenha um ganho de R$ 1,24 bilhão por ano.

Efeito imobiliário A universalização do acesso à rede de esgoto pode ainda proporcionar uma valorização média nacional de até 18% no valor dos imóveis.

Essa valorização terá efeitos diferenciados em cada estado da Federação.

Os estados com maior deficiência são os que teriam o maior volume de ganhos.

A pesquisa estima que a valorização dos imóveis, em Pernambuco, por exemplo, chegaria aos 3,7%.

Saúde A pesquisa mostra ainda os efeitos da universalização do saneamento na área da saúde e revela que, por ano, 217 mil trabalhadores brasileiros precisaram se afastar de suas atividades devido a problemas gastrointestinais ligados a falta da coleta e tratamento adequado do esgoto.

Somente em Pernambuco, foram 19.062 internações, em 2009; sendo que 4.740 delas poderiam ser evitadas.

O estudo também apurou que em 2009, de acordo com o DATASUS, dos 462 mil pacientes internados por infecções gastrointestinais, 2.101 faleceram no hospital.

Em Pernambuco foram 127 mortes, dessas 83 vidas poderiam ter sido salvas com a implantação do saneamento