A necessidade de agilizar a liberação de crédito para os comerciantes das cidades atingidas pelas inundações de junho, em Pernambuco, foi o ponto central abordado pelos participantes da audiência pública da Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa, realizada hoje pela manhã, para avaliar a situação desses locais após a tragédia. “Os números apresentados pelo diretor-presidente da Ad-diper, Jenner do Rego, justificam a preocupação que foi exposta no encontro.

Do valor de R$ 1 bilhão anunciado pelo presidente Lula para financiamento das pequenas, médias e grandes empresas, apenas R$ 5,5 milhões foram liberados, é muito pouco”, salientou a presidente da comissão, deputada Terezinha Nunes. “É preciso que todos os envolvidos nesse processo busquem uma solução mais rápida, pois sem empresas privadas funcionando é impossível o soerguimento dessas cidades”.

Coordenador da Pastoral da Criança no Estado, Agenaldo Lessa foi um dos que destacou. “Atendemos muitas pessoas.

E a maior cobrança é a de liberação dos créditos”.

O prefeito de Correntes, Nivaldo Lúcio, registrou sua satisfação com o atendimento imediato às vítimas após as inundações, mas criticou a burocracia no que se refere a reerguer o comércio das cidades atingidas.

E sugeriu que, ao iniciar a reconstrução dos municípios, o Governo compre o material necessário nesses locais, para reativar sua economia.

O juiz Airton Soares, de Catende, questionou por que não incluir as pessoas que tiveram suas casas atingidas na linha de financiamento. “Se o governo não acelerar, as pessoas vão perder de vez sua dignidade”, salientou.

O superintendente do SEBRAE, Nilo Augusto, informou que o órgão tem conversado com os bancos não só para quebrar a burocracia, mas também para abrir uma linha de crédito para os comerciantes informais. “Fizemos um levantamento e de mais de quatro mil empresas 66% eram informais”, disse.

Segundo o presidente da Ad-diper, o governo está considerando os comerciantes informais e todas as providências para a questão do crédito estão sendo tomadas.

Outra necessidade destacada no debate foi a de construir novas barragens para evitar que a tragédia se repita.

O deputado João Fernando Coutinho informou que o governo tem estudo hídrico que aponta a necessidade de construir quatro barragens, uma no rio Pirangi, outra no Panelas e duas no Una.

O deputado Isaltino Nascimento registrou que o episódio é uma oportunidade para se planejar medidas preventivas para esses municípios.